Médicos explicam como identificar os sinais que antecedem o fim da vida / Freepik
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Perda de apetite, sonolência intensa, pele fria e respiração ruidosa. O corpo em fim de vida apresenta sinais claros, e reconhecê-los pode ajudar a tornar a despedida mais humana e acolhedora.
Mesmo sendo inevitável, a morte ainda é um tabu. Para especialistas, compreender suas fases pode evitar procedimentos invasivos e aliviar quem parte. “É um instante sagrado, que parece fora do tempo normal”, resume a médica Ana Claudia Quintana Arantes, em entrevista ao G1.
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Profissionais de cuidados paliativos alertam que até médicos podem se atrapalhar nessa etapa. Mas, quando há informação, a experiência pode ser mais tranquila para todos os envolvidos.
O cérebro dá muitos sinais de que o fim da vida está próximo. Confira na galeria abaixo alguns deles:
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Nos dias ou horas finais, o corpo perde força. O sistema digestivo desacelera, a fome e a sede desaparecem e a ida ao banheiro se torna menos frequente. A comparação é com o desligar das luzes de um prédio.
A pele mostra sinais visíveis: palidez, frio nas extremidades e até coloração azulada. Mesmo sonolenta, a pessoa pode se beneficiar de conversas e carícias, já que a audição e o tato permanecem ativos.
“Mesmo frágil, esse corpo pesa como o mundo”, diz Arantes. Para os médicos, compreender essas transformações evita medidas inúteis e abre espaço para mais cuidado e serenidade.
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O Canal BBC News Brasil postou um vídeo com detalhes do que acontece com o corpo humano no instante da morte:
Outra marca é a perda de umidade. Olhos e boca ficam secos, a saliva diminui e a pele pode rachar. Molhar os lábios, usar colírio e hidratar a pele são pequenos gestos que trazem grande alívio.
A dor, quando aparece, pode se intensificar. “Nas últimas horas de vida, ela pode descompensar e o paciente fica agitado”, explica o médico Arthur Fernandes ao G1. Nesse caso, medicamentos como a morfina garantem conforto.
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O preparo da família é essencial. Ter as medicações prescritas e apoio profissional facilita o controle dos sintomas e reduz sofrimentos desnecessários.
Muitos pacientes passam por um momento chamado de “melhora da morte”. A pessoa volta a falar, pede comida ou demonstra mais energia, surpreendendo familiares e amigos.
“O paciente pode sair da sonolência para rever alguém querido”, conta Fernandes. Esse período abre espaço para gestos de afeto, despedidas e reconciliações, ainda que dure pouco.
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Não é sinal de cura. Segundo Arantes, exames e intervenções nessa fase apenas roubam tempo precioso. “Esse é o momento de deixar sua marca para as pessoas que você ama”, reforça.
Na fase final, a respiração muda e pode soar irregular ou ruidosa. O ronco alto, apesar de impactante, não significa sofrimento, mas apenas o acúmulo de secreções no corpo.
Esse é o instante derradeiro. “Você devolve o sopro sagrado recebido ao nascer. Essa última expiração é um presente”, reflete Arantes. Após isso, coração e cérebro param em silêncio.
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Para Fernandes, precisamos falar mais sobre esse processo. “A morte não é o oposto da vida, mas do nascimento. Já a vida é tudo aquilo que existe nesse tempo bonito que temos para viver.”