Pedro Carrilho/Folhapress
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Ter uma barriguinha sarada, um nariz harmônico, seios voluptuosos: esses são os desejos de muitas mulheres que acabam recorrendo à cirurgia plástica com o intuito de valorizar a aparência ou corrigir imperfeições para se adequar aos padrões de beleza impostos pela sociedade.
Segundo dados divulgados em 2018 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil é o segundo no ranking mundial de cirurgias plásticas, com mais de 1 milhão de procedimentos cirúrgicos. Se comparado aos dados de 2016, o número de cirurgias plásticas é 25,2% maior.
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O aumento de mama ainda é o mais escolhido entre as mulheres: dados da instituição mostram que foram realizadas mais de 280 mil cirurgias, seguida da lipoaspiração, (229.700), abdominoplastia (229.512), mastopexia, indicado para levantar os seios (144.299) e redução de mamas, com mais de 140 mil cirurgias.
"A mama tem um impacto direto na autoestima da mulher. Sejam pequenos, grandes ou caídos, os seios estão diretamente relacionados à sensação de bem-estar. Por isso cabe ao cirurgião avaliar cada caso e buscar sempre a harmonia corporal, sem exagerar na quantidade de silicone aplicada", afirma o médico Victor Cutait, da Cutait Cirurgia Plástica, e especialista no procedimento.
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Apesar de a cirurgia plástica apresentar resultados positivos na melhora da aparência e da autoestima, o excesso pode trazer efeitos negativos. "A procura pelo procedimento acontece, principalmente, para melhorar a aparência. Porém, quando existe a necessidade de fazer uma cirurgia atrás da outra, acaba sendo um sinal de alerta necessitando muitas vezes até mesmo de ajuda de um psicólogo, já que esse excesso quase sempre vem através da deturpação da própria imagem", comenta o médico.
Imagem distorcida no espelho
O especialista explica que o exagero na busca por intervenções estéticas pode ser sinal do chamado Transtorno Disfórmico Corporal (TDC). Considerado um distúrbio em que a pessoa tem uma percepção oposta sobre suas características físicas, muitas vezes, a doença é diagnosticada tardiamente, podendo levar seus portadores até mesmo ao suicídio. De acordo com um levantamento da SBCP, só no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas possuem o transtorno.
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Além da saúde psicológica, a saúde física também merece atenção. Um dos exemplos que os limites precisam ser estabelecidos é a lipoaspiração. De acordo com uma resolução do Conselho Regional de Medicina, a retirada de gordura em um procedimento não deve ultrapassar de 5% a 7% do peso total do paciente. "O exagero pode colocar a saúde em risco, por isso, o ideal é que o paciente mantenha um intervalo de 6 a 8 meses para um novo procedimento na região", ressalta Victor..
Outro exemplo é o silicone nos seios, já que próteses muito grandes podem causar desde estrias até falta de ar, dor nas costas e problemas de postura. "Acima de 700 ml, a prótese pode causar atrofia das glândulas mamárias, perda de sensibilidade nos seios, além de degeneração nos ossos e nas vértebras, por conta da sobrecarga", finaliza o cirurgião plástico.