04 de Maio de 2024 • 14:15
Pais ou responsáveis devem ficar atentos aos sintomas que indicam problemas de visão na infância. / Divulgação/Fotos Públicas
Dados epidemiológicos do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) mostram que nos últimos dez anos o número de crianças que precisa usar óculos de grau passou de 10%¨para 20%. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier e membro do CBO, um mutirão realizado pelo hospital no ano passado mostra que a miopia, dificuldade de enxergar à distância é hoje o vício de refração mais frequente na infância.
Só para ter ideia, dos 583 participantes que precisavam usar óculos, mais de 4 em cada 10, 44%, eram míopes. “Há dez anos, a hipermetropia, dificuldade de enxergar próximo, era o problema de visão mais encontrado nas crianças”, observa.
Para ele o que tem impulsionado o crescimento da miopia é o esforço para enxergar de perto imposto pelo uso precoce da tecnologia. “O olho da criança está em desenvolvimento até os 8 anos e os músculos ciliares que movimentam nosso cristalino para frente e para trás se acomodam”, explica. É por isso, pondera, que diversos estudos internacionais incentivam as atividades ao ar livre para conter a miopia.
Falta de óculos pode cegar
Queiroz Neto afirma que vício refrativo não é doença. Por isso a miopia, hipermetropia e astigmatismo não têm cura. Ainda assim precisam ser corrigidos. A falta de lentes corretivas, salienta, pode levar ao estrabismo ou olho torto, devido ao excesso de esforço para enxergar. Até 8 anos também pode causar ambliopia ou olho preguiçoso, porque o cérebro faz a criança usar só o olho melhor o que leva à perda da visão no outro.
Como se não bastasse, relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) baseado no Global Vision Databases, banco de dados que analisou a saúde visual de 188 países, revela que a falta de óculos responde por 53% da deficiência visual no mundo contra 25% da catarata não operada, maior causa de cegueira evitável entre adultos.
Queiroz Neto conta que o relatório também mostra que os vícios de refração respondem por 63% dos problemas de visão em crianças. Na opinião dele os óculos deveriam fazer patê do uniforme. Isso porque, a visão compromete o aprendizado e 57% das crianças com problemas visuais são desatentas e agitadas.
Identificando problemas na visão
As dicas do especialista para pais e professores de crianças com até 2 anos são observar se tem falta de interesse pelo ambiente e pessoas, olhos vermelhos, secreção ou lacrimejamento constante, pupila muito grande, com reflexo, cor acinzentada ou opaca.
Nas crianças a partir de 3 anos os sinais de problemas na visão são: tombamento da cabeça para um dos lados, dor frequente de cabeça ou no globo ocular , olhos desviados para o nariz ou para fora, esfregar os olhos após esforço visual e fechar um dos olhos em locais ensolarados.
Em crianças alfabetizadas os problemas visuais fazem com que aproximem ou afastam muito o rosto da TV, livros ou caderno.
Caso note nas crianças algum dos sintomas mencionados acima, agende a consulta com um oftalmologista para melhor avaliação.
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