A Secretaria de Saúde de Americana afirmou que as denúncias não procedem / Divulgação
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Oito mulheres, que optaram por não se identificar, foram ouvidas pela sanitarista e ativista Maria Giovana Fortunato. A profissional trabalha com projetos sociais de saúde coletiva em regiões de vulnerabilidade da cidade de Americana, em São Paulo, e denunciou o atendimento de algumas unidades nas suas redes sociais no final de março. De acordo com a publicação, as pacientes eram obrigadas a comprovar que estavam menstruadas para que a injeção anticoncepcional fosse aplicada.
Maria Giovana contou que os relatos se referem ao comportamento de profissionais da saúde de pelo menos duas Unidades Básica de Saúde (UBS) de Americana. Em ambos os locais, era uma prática comum a enfermeira acompanhar a paciente até o banheiro, fechar a porta e pedir para ver o absorvente. A aplicação do contraceptivo injetável acontece durante o período menstrual, no entanto, o dia exato pode variar dependendo do tipo da medicação.
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Depois que a denúncia foi publicada na rede social, Maria foi procurada por outras mulheres. Elas disseram estarem passando pela mesma situação em outros postos de saúde da cidade.
A Secretaria de Saúde de Americana afirmou que as denúncias não procedem. Segundo o setor, quando alguma mulher chega à unidade com atraso de alguns dias para tomar a injeção, é feito um pedido de teste para gravidez.
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A regra é apenas perguntar à mulher se ela está menstruada, sem exigir nenhuma "prova". A recomendação oficial é; conferir a receita da medicação, dar as informações sobre a injeção e acreditar no que a mulher está falando quando diz que está no dia correto para a aplicação do anticoncepcional.
Depoimentos
Uma paciente de começou a usar anticoncepcional injetável há três anos, no Parque da Liberdade, posto 19, de Americana. Segundo a jovem, há quase um ano as enfermeiras passaram a oferecer duas opções para provar que ela não está grávida: fazer um teste de sangue ou mostrar o absorvente com a menstruação.
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Outra mulher, relatou que começou a usar o anticoncepcional injetável também na UBS Parque da Liberdade, com indicação médica. Porém, desde a primeira tentativa ela teve que optar entre fazer o exame — e esperar cerca de um mês entre a marcação do exame, a obtenção do resultado e a aplicação da medicação — ou mostrar o absorvente.
Outro lado
As atendentes da UBS Parque da Liberdade, posto 19, não quiseram ouvir a denúncia e indicaram a Secretaria da Saúde para dar um posicionamento. Já no Posto Parque Gramado, Alberto Sebastião Santos, enfermeiro responsável pela unidade, negou que o pedido para observar o absorvente das pacientes estivesse acontecendo.
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A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Americana confirmou a informação do porta-voz do Posto de Gramado. Segundo a Unidade de Atenção à Saúde, a denúncia não procede. Conforme o setor, quando alguma mulher chega à unidade com atraso de alguns dias para tomar a injeção, é feito um pedido de teste para gravidez.
A Secretaria de Saúde diz ainda que repudia qualquer ato de constrangimento aos usuários da rede pública e que se eles forem comprovados podem gerar sérias consequências administrativas e legais a quem venha a cometê-los.
*DO UOL/UNIVERSA
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