Saúde

O que é a rejeição de órgãos transplantados e como é evitada

Entenda o que é a resposta do sistema imunológico a um órgão transplantado, seus tipos e as estratégias médicas para prevenção e manejo

Isabella Fernandes

Publicado em 14/08/2025 às 11:45

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O transplante de órgãos é um procedimento médico complexo e que pode salvar vidas, substituindo um órgão doente ou em falência por um saudável de um doador. / Freepik

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O transplante de órgãos é um procedimento médico complexo e que pode salvar vidas, substituindo um órgão doente ou em falência por um saudável de um doador.

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o entanto, um dos maiores desafios após a cirurgia é a possibilidade de rejeição, uma reação natural do corpo. Entender o que é a rejeição de um órgão transplantado e como os médicos atuam para evitar que isso aconteça é fundamental para compreender o sucesso e a segurança desses procedimentos.

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Pensando nisso, o Diário oferece informações gerais sobre esse processo, com foco em conceitos estabelecidos e sem substituir a orientação de um profissional de saúde.

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O que é a rejeição de um órgão transplantado?

A rejeição é uma resposta do sistema imunológico do receptor, que identifica o novo órgão como um corpo estranho e o ataca, da mesma forma que faria com um vírus ou uma bactéria. O sistema imunológico é programado para diferenciar as células do próprio corpo ("self") de células externas ("non-self").

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Como o órgão transplantado vem de outra pessoa, suas células possuem marcadores de superfície, chamados antígenos (principalmente os Antígenos Leucocitários Humanos, ou HLA), que são diferentes dos do receptor.

Essa incompatibilidade ativa as células de defesa, que tentam danificar ou destruir o tecido transplantado. A medicina classifica a rejeição em diferentes tipos, com base na velocidade e no mecanismo da resposta imune:

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  • Rejeição hiperaguda: Ocorre minutos ou horas após o transplante. É uma reação rara atualmente, graças aos testes de compatibilidade realizados antes da cirurgia.
  • Rejeição aguda: É o tipo mais comum, geralmente ocorrendo nas primeiras semanas ou meses após o transplante. É frequentemente reversível com o ajuste da medicação.
  • Rejeição crônica: Desenvolve-se lentamente, ao longo de meses ou anos. Causa um dano gradual e progressivo ao órgão transplantado, podendo levar à perda de sua função ao longo do tempo.

Sinais e sintomas gerais associados à rejeição

Os sinais de rejeição podem ser sutis e variar dependendo do órgão transplantado. É crucial destacar que apenas uma equipe médica pode diagnosticar a rejeição, e muitos desses sintomas podem ter outras causas. A avaliação médica é sempre necessária.

Sintomas gerais que podem indicar um processo de rejeição incluem:

  • Febre.
  • Sensação de mal-estar geral, semelhante a uma gripe.
  • Dor ou sensibilidade na área do transplante.
  • Redução da função do órgão transplantado (por exemplo, diminuição do volume de urina em um transplante de rim ou cansaço e falta de ar em um transplante de coração ou pulmão).
  • Ganho de peso repentino e inchaço (edema).

O monitoramento constante por meio de exames de sangue e, em alguns casos, biópsias do órgão, é a forma mais segura de detectar a rejeição em seus estágios iniciais, muitas vezes antes mesmo do surgimento de sintomas.

Como os médicos evitam e gerenciam a rejeição?

Prevenir e controlar a rejeição é o pilar do cuidado pós-transplante. A equipe médica utiliza uma abordagem multifacetada para minimizar os riscos e garantir o bom funcionamento do novo órgão. As principais estratégias incluem:

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  • Testes de compatibilidade: Antes do transplante, são realizados exames detalhados para garantir a maior compatibilidade possível entre doador e receptor. Isso inclui a tipagem sanguínea (sistema ABO) e a análise dos antígenos HLA. Quanto maior a compatibilidade, menor o risco de uma forte reação imunológica.
  • Uso de medicamentos imunossupressores: Esta é a principal ferramenta para prevenir a rejeição. Esses medicamentos, também conhecidos como "drogas anti-rejeição", funcionam diminuindo a atividade do sistema imunológico para que ele não ataque o órgão transplantado. O paciente transplantado precisará tomar esses medicamentos continuamente, conforme prescrição médica rigorosa, por toda a vida do enxerto.
  • Monitoramento médico contínuo: Após a cirurgia, o paciente é acompanhado de perto pela equipe de transplante. Consultas regulares, exames de sangue para monitorar a função do órgão e os níveis dos medicamentos, e biópsias periódicas são essenciais para detectar e tratar qualquer sinal de rejeição o mais rápido possível.

A rejeição de um órgão transplantado é uma resposta imunológica esperada, mas que pode ser efetivamente gerenciada com as estratégias médicas atuais.

A combinação de testes de compatibilidade, o uso contínuo de medicamentos imunossupressores e o acompanhamento rigoroso pela equipe de saúde são fundamentais para o sucesso a longo prazo do transplante.

Este artigo tem caráter estritamente informativo e não deve ser usado para diagnóstico ou como substituto de uma consulta médica. Qualquer dúvida sobre transplantes, rejeição ou sintomas deve ser discutida diretamente com um médico ou profissional de saúde qualificado.

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A adesão ao tratamento e ao acompanhamento médico é essencial para a saúde do paciente transplantado.

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