WhatsAppinite" é mais comum do que parece, alertam fisioterapeutas / Reprodução/Pexels
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Você sabe quantas horas por dia passa no celular, especialmente digitando? O uso excessivo de smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos está cada vez mais associado ao desenvolvimento da tenossinovite de De Quervain, conhecida popularmente como “WhatsAppinite”.
Embora a prevalência da tenossinovite de punho na população geral não seja alta, entre pessoas que realizam movimentos repetitivos, trabalhos manuais ou uso intenso do polegar e punho, a taxa pode variar de 20% a 70%.
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Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Dores Crônicas, Saúde Postural, Pilates e RPG, a tenossinovite de De Quervain é caracterizada pela inflamação, irritação e espessamento dos tendões do punho e do polegar.
“A inflamação provoca o aumento da bainha sinovial, estrutura que recobre o tendão e tem a função de reduzir o atrito entre músculos, ligamentos e ossos”, explica.
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Os tendões ligam os músculos aos ossos e são essenciais para os movimentos das mãos, punhos, joelhos e outras articulações. “Nos casos de tenossinovite, há um espessamento da bainha, o que causa uma constrição durante o deslizamento do tendão. Isso faz com que o tendão pareça travar ou grudar quando o paciente move o polegar”, esclarece Walkíria.
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O principal sintoma da tenossinovite é a dor na base do polegar, próxima ao punho, que tende a piorar quando o paciente movimenta o dedo ou segura objetos. A dor pode irradiar para o antebraço e o cotovelo.
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O quadro pode ser tão intenso que interfere nas atividades diárias, como segurar objetos, abrir portas e garrafas, pentear o cabelo ou realizar movimentos de pinça.
Quando foi descrita pela primeira vez, em 1895, a tenossinovite de De Quervain afetava principalmente lavadeiras, devido aos movimentos repetitivos feitos ao lavar roupas. Atualmente, o uso exagerado do celular é uma das principais causas da condição.
O termo “WhatsAppinite” surgiu após a publicação de um artigo na revista The Lancet, relatando o caso de uma mulher de 34 anos que passou mais de seis horas trocando mensagens no WhatsApp durante o Natal. Após o episódio, ela apresentou dores intensas nos dois polegares, típicas da tenossinovite.
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Confira as principais causas da "Doença do WhatsApp":
O tratamento da tenossinovite de De Quervain costuma ser conservador, com medicamentos para aliviar a dor e reduzir a inflamação. Recursos fisioterapêuticos também são fundamentais na recuperação.
“É importante aliviar a dor antes de iniciar a reabilitação. Utilizamos técnicas como termoterapia, eletroterapia, ultrassom, laser e acupuntura. Quando o quadro melhora, começamos o fortalecimento dos músculos das mãos, dedos e punhos, além de alongamentos para aumentar a flexibilidade”, explica Walkíria.
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Confira mais um pouco sobre os tratamentos no vídeo do Dr. Diego Falcochio.
Mais do que tratar os sintomas, é fundamental identificar a causa da tenossinovite. Se ela estiver relacionada ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, será necessário reduzir o tempo de exposição.
“Quem realiza trabalhos manuais também deve ficar atento ao tempo de execução das atividades. Após a alta da fisioterapia, é importante manter alongamentos diários das mãos, punhos e braços”, orienta a especialista.
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Walkíria também recomenda exercícios simples para fortalecer a musculatura. “As bolinhas antiestresse são ótimas aliadas. Outra opção é usar um elástico de cabelo, colocando-o entre o polegar e o dedo anelar ou médio e realizando movimentos de abrir e fechar”, finaliza.