Saúde

O que é a 'doença do WhatsApp' e por que ela tem preocupado especialistas

Especialistas explicam como movimentos repetitivos do polegar e punho podem gerar dores intensas e limitar movimentos.

Nathalia Alves

Publicado em 29/10/2025 às 17:18

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WhatsAppinite" é mais comum do que parece, alertam fisioterapeutas / Reprodução/Pexels

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Você sabe quantas horas por dia passa no celular, especialmente digitando? O uso excessivo de smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos está cada vez mais associado ao desenvolvimento da tenossinovite de De Quervain, conhecida popularmente como “WhatsAppinite”.

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Embora a prevalência da tenossinovite de punho na população geral não seja alta, entre pessoas que realizam movimentos repetitivos, trabalhos manuais ou uso intenso do polegar e punho, a taxa pode variar de 20% a 70%.

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Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Dores Crônicas, Saúde Postural, Pilates e RPG, a tenossinovite de De Quervain é caracterizada pela inflamação, irritação e espessamento dos tendões do punho e do polegar.

“A inflamação provoca o aumento da bainha sinovial, estrutura que recobre o tendão e tem a função de reduzir o atrito entre músculos, ligamentos e ossos”, explica.

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Os tendões ligam os músculos aos ossos e são essenciais para os movimentos das mãos, punhos, joelhos e outras articulações. “Nos casos de tenossinovite, há um espessamento da bainha, o que causa uma constrição durante o deslizamento do tendão. Isso faz com que o tendão pareça travar ou grudar quando o paciente move o polegar”, esclarece Walkíria.

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Dor no polegar é o sintoma mais comum

O principal sintoma da tenossinovite é a dor na base do polegar, próxima ao punho, que tende a piorar quando o paciente movimenta o dedo ou segura objetos. A dor pode irradiar para o antebraço e o cotovelo.

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O quadro pode ser tão intenso que interfere nas atividades diárias, como segurar objetos, abrir portas e garrafas, pentear o cabelo ou realizar movimentos de pinça.

Uso excessivo do celular está entre as principais causas

Quando foi descrita pela primeira vez, em 1895, a tenossinovite de De Quervain afetava principalmente lavadeiras, devido aos movimentos repetitivos feitos ao lavar roupas. Atualmente, o uso exagerado do celular é uma das principais causas da condição.

O termo “WhatsAppinite” surgiu após a publicação de um artigo na revista The Lancet, relatando o caso de uma mulher de 34 anos que passou mais de seis horas trocando mensagens no WhatsApp durante o Natal. Após o episódio, ela apresentou dores intensas nos dois polegares, típicas da tenossinovite.

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Causas mais comuns

Confira as principais causas da "Doença do WhatsApp": 

 Uso excessivo de celular, computadores ou tablets/ Pexels
Uso excessivo de celular, computadores ou tablets/ Pexels
 Trabalhos manuais, como costura, tricô e crochê/ Pexels
Trabalhos manuais, como costura, tricô e crochê/ Pexels
 Doenças reumatológicas, como artrite reumatoide, gota e artrite psoriática/ Pexels
Doenças reumatológicas, como artrite reumatoide, gota e artrite psoriática/ Pexels
 Período pós-parto/ Pexels
Período pós-parto/ Pexels
 

Tratamento

O tratamento da tenossinovite de De Quervain costuma ser conservador, com medicamentos para aliviar a dor e reduzir a inflamação. Recursos fisioterapêuticos também são fundamentais na recuperação.

“É importante aliviar a dor antes de iniciar a reabilitação. Utilizamos técnicas como termoterapia, eletroterapia, ultrassom, laser e acupuntura. Quando o quadro melhora, começamos o fortalecimento dos músculos das mãos, dedos e punhos, além de alongamentos para aumentar a flexibilidade”, explica Walkíria.

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Confira mais um pouco sobre os tratamentos no vídeo do Dr. Diego Falcochio.

Mudança de hábitos é essencial para evitar recaídas

Mais do que tratar os sintomas, é fundamental identificar a causa da tenossinovite. Se ela estiver relacionada ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, será necessário reduzir o tempo de exposição.

“Quem realiza trabalhos manuais também deve ficar atento ao tempo de execução das atividades. Após a alta da fisioterapia, é importante manter alongamentos diários das mãos, punhos e braços”, orienta a especialista.

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Walkíria também recomenda exercícios simples para fortalecer a musculatura. “As bolinhas antiestresse são ótimas aliadas. Outra opção é usar um elástico de cabelo, colocando-o entre o polegar e o dedo anelar ou médio e realizando movimentos de abrir e fechar”, finaliza.

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