A cepa pertence ao mesmo grupo do coronavírus MERS / Unsplash/fusion_medical_animation
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Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, identificaram uma nova cepa do coronavírus com potencial preocupante. Batizada de HKU5-CoV-2, a variante foi encontrada em morcegos e já apresenta sinais de adaptação ao corpo humano.
De acordo com o estudo, o vírus está a apenas uma mutação de conseguir infectar pessoas, o que pode representar o surgimento de uma nova pandemia.
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A cepa pertence ao mesmo grupo do coronavírus MERS, responsável por surtos fatais no Oriente Médio e que chegou a causar a morte de um terço dos infectados.
O HKU5 demonstrou capacidade de se conectar ao receptor ACE2 das células dos morcegos da espécie Pipistrellus abramus – o mesmo mecanismo usado pelo SARS-CoV-2, causador da pandemia de Covid-19. O artigo foi publicado na revista científica Nature Communications.
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Nos testes laboratoriais, o vírus mostrou facilidade de ligação ao receptor celular dos morcegos, mas os pesquisadores alertam que pequenas alterações genéticas podem permitir que ele também se ligue ao receptor ACE2 presente em células humanas. Esse cenário aumentaria significativamente o risco de infecção em pessoas.
Outro fator que preocupa é o habitat dos morcegos infectados. A espécie costuma viver próxima de áreas urbanas, o que favorece a transmissão direta para humanos, sem a necessidade de um hospedeiro intermediário – ao contrário do que ocorreu na origem da Covid-19.
Os cientistas também apontaram que a estrutura do HKU5 pode facilitar sua adaptação ao organismo humano. Algumas variantes já apresentam indícios de evolução nesse sentido, o que reforça a necessidade de monitoramento constante.
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Embora ainda não haja registros de infecção humana pela nova cepa, o alerta é claro: é preciso manter a vigilância, seguir investindo em pesquisas e desenvolver vacinas que ofereçam proteção contra diferentes tipos de coronavírus.
Para minimizar os riscos, os especialistas recomendam a redução do contato com animais silvestres, como os morcegos, e a adoção da abordagem “Uma Só Saúde”, que reconhece a interligação entre saúde humana, animal e ambiental como chave para evitar futuras crises sanitárias.