Não é necessário caminhar em ritmo acelerado para obter os efeitos positivos / Freepik
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Caminhar todos os dias é uma recomendação conhecida, mas um novo estudo indica que não basta apenas acumular passos ao longo da rotina. O tempo contínuo em movimento aparece como um fator decisivo para a proteção da saúde, sobretudo contra doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
A pesquisa, liderada por cientistas da Espanha, sugere que caminhar por períodos mais longos e sem interrupções frequentes oferece benefícios maiores do que deslocamentos curtos e fragmentados, mesmo quando o número total de passos é semelhante.
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O estudo analisou dados de cerca de 33 mil participantes do UK Biobank, banco britânico que reúne informações de saúde para pesquisas de longo prazo.
Os voluntários tinham, em média, 62 anos no início do acompanhamento, caminhavam até 8 mil passos por dia e não apresentavam doenças prévias.
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Após oito anos de monitoramento, os pesquisadores observaram que pessoas que caminhavam por menos de cinco minutos contínuos ao dia apresentaram taxas mais elevadas de mortalidade.
Já entre aquelas que mantinham caminhadas seguidas de pelo menos 15 minutos, os índices de morte foram significativamente menores.
A incidência de doenças cardiovasculares seguiu o mesmo padrão. Entre os participantes que se movimentavam apenas por curtos períodos contínuos, os problemas cardíacos foram mais frequentes.
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Em contrapartida, quem caminhava por mais tempo sem interrupções apresentou taxas bem mais baixas desse tipo de doença.
Os dados reforçam que caminhadas mais longas mantêm o coração ativo por um período maior, favorecendo a circulação sanguínea e contribuindo para maior flexibilidade das artérias.
Segundo os pesquisadores, o efeito protetor das caminhadas contínuas está ligado à ativação sustentada de mecanismos cardiovasculares e metabólicos.
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Esse tipo de esforço ajuda na regulação da glicose, melhora a função vascular e estimula o sistema nervoso responsável pela recuperação do organismo, além de reduzir processos inflamatórios.
Em pessoas que eram sedentárias, os benefícios se mostraram ainda mais evidentes, já que caminhadas curtas não conseguem ativar esses sistemas de forma completa.
Outro ponto destacado pelo estudo é que não é necessário caminhar em ritmo acelerado para obter os efeitos positivos. Manter um passo confortável, desde que contínuo, já é suficiente para promover ganhos relevantes para a saúde.
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A regularidade, a duração e a constância do movimento aparecem como mais importantes do que a intensidade, especialmente para quem está começando a sair do sedentarismo.
Os pesquisadores também defendem que o tempo dedicado à caminhada deve ser considerado com mais atenção nas recomendações de saúde. Pensar em minutos contínuos pode ser mais fácil de entender e aplicar no dia a dia do que apenas contar passos.
Os resultados reforçam uma conclusão simples: caminhar segue sendo uma das práticas mais eficazes para cuidar do corpo, mas reservar ao menos alguns minutos seguidos para a atividade pode fazer toda a diferença para viver mais e melhor.
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