'Morri por quatro minutos': mulher relata drama da menopausa e alerta para saúde mental

No próximo sábado (18) é celebrado o Dia Mundial da Menopausa, data reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e idealizada pela International Menopause Society (IMS).

Mais do que uma fase biológica, a menopausa representa uma profunda transformação física e emocional para as mulheres — muitas vezes sem a preparação necessária.

“As mulheres são preparadas para ter filhos, mas não para a menopausa”, alerta a psiquiatra Ana Paula Ruocco Nonato Matsumota, destacando a importância de cuidar da saúde mental e preventiva durante esse período.

A queda dos hormônios estrogênio e progesterona, essenciais para o equilíbrio do corpo feminino, pode desencadear transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade.

“Boa parte das pacientes apresenta sintomas emocionais porque a queda hormonal interfere diretamente no funcionamento cerebral”, explica a médica.

Prevenção e acompanhamento são essenciais

Para Ana Paula, o segredo está na prevenção e no acompanhamento profissional. “Entre o climatério e a menopausa é essencial contar com apoio ginecológico e psiquiátrico, evitando danos à saúde mental”, reforça.

Estudos indicam que a terapia com estrógenos, quando aplicada próximo à menopausa, pode reduzir em até 26% o risco de demência em mulheres entre 45 e 50 anos, além de aliviar sintomas depressivos.

Segundo a OMS, até 2030, 1 bilhão de mulheres estarão na menopausa — um marco que reforça a urgência de discutir o tema com seriedade.

“Foi como morrer e voltar”: o relato de uma paciente

A advogada Vanessa Chaves Jerones, de 53 anos, descobriu que havia entrado na menopausa após enfrentar calores intensos, suor excessivo e falhas menstruais.

“Meu corpo parou por quatro minutos. Era como se eu tivesse morrido, só que o sangue começou a bombear o coração para me manter viva”, conta.

Sem saber o que estava acontecendo, Vanessa buscou ajuda psiquiátrica ao perceber o agravamento da ansiedade e do cansaço extremo.

“A menopausa me trouxe isolamento, mudanças de humor e exaustão física. Com a reposição hormonal, hoje não sofro mais”, relata.

A advogada faz um alerta às mulheres que se aproximam dessa fase: “Procurem um psiquiatra. A parte emocional pesa muito. Se estivermos equilibradas emocionalmente, tudo o que enfrentarmos será mais leve.”