Saúde

Meningite no Litoral de SP: números não indicam surto e vacinação não atinge meta

Levantamento mostra redução em alguns municípios e mortes concentradas em poucas cidades; baixa cobertura vacinal permanece preocupante

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 17/11/2025 às 08:00

Atualizado em 17/11/2025 às 08:57

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Embora os números de casos não indiquem um agravamento regional, a cobertura vacinal contra meningite está longe de alcançar o patamar recomendado pelo Ministério da Saúde / Tomaz Silva/Agência Brasil

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A Baixada Santista tem um balanço parcial de 2025 de casos de meningite com um panorama diverso entre os municípios. Enquanto algumas cidades registraram reduções importantes em relação a 2024, outras mantiveram números estáveis ou apresentaram leves aumentos.

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Apesar disso, os dados não apontam para um surto regional, segundo critérios epidemiológicos, mas indicam a necessidade de reforço na vacinação, cuja meta de 95% do Ministério da Saúde não foi alcançada por nenhuma cidade.

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Em Santos, foram confirmados seis casos de meningite neste ano, todos isolados e sem vínculo epidemiológico entre os pacientes.

A cidade também registrou um óbito em julho, de um homem de 57 anos. A Prefeitura não forneceu os números de 2024, impossibilitando a comparação entre os dois períodos, mas reforçou que não houve transmissão entre contactantes.

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Comparativo entre os casos de 2024 e 2025

Em São Vicente, os dados enviados mostram quatro casos confirmados em 2025, contra três em 2024. O município registrou uma morte neste ano, enquanto no ano anterior não houve óbitos. A maioria das ocorrências é de meningite não especificada e o comportamento permanece dentro da média histórica, segundo a Vigilância.

Peruíbe apresentou um padrão quase idêntico ao de São Vicente, com quatro casos em 2025 e três em 2024. Não houve mortes neste ano. A Secretaria de Saúde afirma que não há aumento expressivo e que o cenário permanece considerado estável.

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Cubatão enfrenta um quadro mais sensível. Embora o número de casos tenha caído de cinco em 2024 para quatro em 2025, o total de óbitos subiu de dois para três neste ano. As vítimas são todas adultas, entre 20 e 52 anos.

O caso mais recente é o de um homem de 38 anos, internado no início de novembro com meningite bacteriana não especificada. A cidade participou de uma reunião emergencial convocada pelo Governo do Estado para alinhamento de protocolos de diagnóstico e notificação.

Guarujá apresentou uma das maiores quedas da região. Os casos diminuíram de 22 em 2024 para 14 em 2025, uma redução de 36%. As mortes caíram ainda mais: de sete para duas, uma queda de 71%. O município afirma que segue intensificando a vacinação.

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Praia Grande também mostrou melhora. A cidade teve 13 casos confirmados em 2024 e 11 neste ano, mantendo a mesma quantidade de óbitos: três em cada período. Os casos envolvem diferentes tipos de meningite, incluindo bacteriana, viral e pneumocócica. Apesar da redução, o comportamento é considerado estável.

Mongaguá manteve exatamente três casos em cada ano analisado. Em 2024 houve um óbito, enquanto em 2025 não foram registradas mortes. O tipo mais comum continua sendo a meningite viral. A variação é pequena, mas os baixos índices de vacinação ampliam a preocupação.

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Por fim, Bertioga se destaca positivamente ao não registrar casos em 2024 nem em 2025, permanecendo fora da lista de municípios com notificações.

Cobertura vacinal da Baixada Santista

Embora os números de casos não indiquem um agravamento regional, a cobertura vacinal contra meningite está longe de alcançar o patamar recomendado pelo Ministério da Saúde. Nenhum município atingiu os 95% necessários para proteção coletiva, e alguns apresentam índices considerados críticos.

São Vicente e Peruíbe registram 87,26% de cobertura para meningocócica C, valor relativamente alto quando comparado a outras cidades, mas ainda insuficiente para garantir segurança epidemiológica.

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Cubatão apresenta 87,70% para meningocócica C, mas se destaca por alcançar 99,86% no reforço da meningocócica conjugada o melhor índice da região.

Guarujá tem 85,47% de cobertura vacinal, enquanto Praia Grande exibe índices variados conforme a faixa etária: 81,09% entre bebês menores de um ano, 85,29% entre crianças menores de dois anos e apenas 77,44% entre adolescentes de 11 a 14 anos, uma das taxas mais preocupantes da Baixada.

Mongaguá enfrenta o cenário mais delicado. O município tem apenas 40,85% de cobertura para meningocócica C e 33,26% no primeiro reforço níveis muito abaixo do recomendado e que colocam a cidade em alerta máximo.

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As autoridades reforçam que a vacinação é a principal forma de prevenção e que todas as doses que protegem contra a meningite estão disponíveis nas redes municipais de saúde.

A orientação é que famílias revisem as cadernetas e procurem as unidades para atualização, independentemente da idade.

O balanço geral evidencia que, embora a Baixada Santista não enfrente um surto, o risco permanece elevado devido à baixa cobertura vacinal.

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Reduzir mortes e prevenir novos casos depende diretamente do fortalecimento das campanhas de imunização e da ampliação do acesso às doses disponíveis.

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