Saúde
Especialista reforça que o suplemento só tem indicação em casos específicose que o tratamento mais eficaz para insônia é sem remédio
						Melatonina pode ser útil em casos de jet lag, trabalhadores noturnos e distúrbios do ritmo circadiano / Pexels
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A popularização da melatonina como solução rápida para dormir melhor tem feito muita gente recorrer ao hormônio sem orientação médica.
Mas, segundo a psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani, o uso indiscriminado pode ser ineficaz — e até atrapalhar o equilíbrio natural do sono.
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“A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo, mas sua indicação clínica é bem específica. Ela não serve para qualquer tipo de insônia”, explica a especialista em saúde mental e distúrbios do sono.
De acordo com Dra. Maria Fernanda, a melatonina pode ser útil em casos de jet lag, trabalhadores noturnos e distúrbios do ritmo circadiano, quando há um desajuste no “relógio biológico” que regula o sono e a vigília.
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“Nesses casos, a suplementação pode ajudar a reajustar o ritmo do corpo. Mas não é um tratamento universal para quem simplesmente tem dificuldade de dormir”, destaca a médica.
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A psiquiatra lembra que muitos pacientes chegam ao consultório usando melatonina por conta própria — e se frustram com os resultados.
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“Ela não é um sedativo. Se a causa da insônia é ansiedade, estresse, maus hábitos noturnos ou depressão, a melatonina não vai resolver o problema”, explica.
Por ser vendida sem prescrição em farmácias e até pela internet, muita gente acredita que a melatonina é totalmente segura.
Mas o uso inadequado, segundo a médica, pode alterar o ciclo natural de sono, interferindo na produção do próprio hormônio pelo organismo.
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Além disso, doses elevadas ou mal administradas podem causar sonolência diurna, dores de cabeça e irritabilidade. “Mesmo sendo natural, não significa que seja inofensiva. O excesso de melatonina pode desregular ainda mais o sono”, alerta.
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O portal do Draúzio Varella no Youtube explica como funciona o uso da melatonina:
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A especialista reforça que, segundo os principais guias médicos internacionais, a primeira linha de tratamento da insônia crônica não é medicamentosa, mas sim a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCCI) — um conjunto de técnicas que ajudam o corpo e o cérebro a retomarem o ritmo natural do sono.
Entre as principais estratégias estão:
“Insônia não é falta de sono — é uma desregulação do sistema cerebral do sono. E, como qualquer transtorno crônico, exige um tratamento individualizado e contínuo”, explica Dra. Maria Fernanda.
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Apesar de a prioridade ser o tratamento comportamental, há casos em que o uso de medicamentos é indicado, como:
Mesmo assim, a médica reforça que o acompanhamento profissional é indispensável. “O problema da automedicação — seja com melatonina, seja com hipnóticos e benzodiazepínicos — é que pode gerar dependência e mascarar a causa real da insônia.”
Para quem quer melhorar o sono de forma natural, a psiquiatra orienta:
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“Ter uma noite ruim de vez em quando é normal. Mas, se o problema se repete e afeta a rotina, procure ajuda. O caminho seguro nunca é a automedicação”, conclui Dra. Maria Fernanda.