Saúde

Higiene bucal ruim aumenta risco de infarto e AVC, alerta cardiologista

Existe uma conexão importante, e muitas vezes negligenciada, entre doenças bucais e o aumento do risco de problemas cardiovasculares.

Ana Clara Durazzo

Publicado em 19/05/2025 às 14:47

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A recomendação dos especialistas é clara: manter uma rotina rigorosa de higiene bucal, incluindo escovação após as refeições e uso regular de fio dental / Freepik

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Escovar os dentes está entre os hábitos mais comuns da rotina diária, mas sua importância vai muito além da estética ou do hálito fresco. Confira aqui outro hábito comum do dia dia que pode ser prejudicial a saúde.

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Desde a infância, a orientação é clara: dentes limpos e saudáveis são fundamentais para o bem-estar. No entanto, o que muitos ainda desconhecem é que a má higiene bucal pode impactar diretamente a saúde do coração.

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O alerta foi feito pelo cardiologista Jeremy London, conhecido por compartilhar conteúdos educativos em suas redes sociais. Em um vídeo recente, ele destacou a ligação entre cuidados com a boca e doenças cardiovasculares.

“Escovar os dentes e usar fio dental todos os dias pode reduzir o risco de ataque cardíaco em até 12%”, afirmou o médico.

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Segundo estudos publicados no New England Journal of Medicine e na Revista Brasileira de Cardiologia, bactérias comuns da boca, como Streptococcus viridans, estão entre as principais causadoras da endocardite.

E a porta de entrada mais comum para essas bactérias? Procedimentos odontológicos invasivos, sangramentos por escovação inadequada e infecções gengivais não tratadas.

Entenda

O Cardiologista Clínico e Intervencionista, Sidney Borges, explica que existe uma conexão importante, e muitas vezes negligenciada, entre doenças bucais, como gengivite e periodontite, e o aumento do risco de problemas cardiovasculares, como o infarto, o AVC (acidente vascular cerebral) e até mesmo a endocardite infecciosa, uma condição grave que afeta o interior do coração.

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A doença periodontal começa com a gengivite, aquela inflamação leve nas gengivas que causa vermelhidão e sangramento ao escovar. Se não for tratada, pode evoluir para a periodontite, uma inflamação mais profunda que atinge os tecidos e ossos que sustentam os dentes. Em casos avançados, pode levar à perda dentária.

Mas os danos não param na boca. A periodontite é uma doença inflamatória crônica, e aí está o ponto-chave da relação com o coração.

O elo entre a boca e o coração

Pesquisas apontam que a inflamação causada por infecções na gengiva não fica limitada à cavidade bucal. As bactérias e substâncias inflamatórias liberadas nesses quadros podem entrar na corrente sanguínea, atingindo órgãos vitais, inclusive o coração.

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Essa inflamação generalizada pode favorecer o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos (aterosclerose), aumentando o risco de infarto e AVC. E em alguns casos, bactérias bucais podem chegar até o revestimento interno do coração, causando uma condição ainda mais séria: a endocardite infecciosa.

A endocardite infecciosa é uma infecção do endocárdio, o tecido que reveste as câmaras e válvulas do coração. Ela ocorre quando bactérias, muitas vezes vindas da boca, entram na corrente sanguínea e se instalam ali.

Embora seja rara, é uma doença extremamente grave, que pode levar a complicações como insuficiência cardíaca, AVC, embolia e até morte. Pessoas com doenças cardíacas prévias, próteses valvares ou defeitos congênitos estão em maior risco.

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Cuidar da boca é cuidar do coração

Confira dicas para manter a higine bucal e evitar problemas de saúde no futuro:

Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia, com creme dental com flúor;

Use o fio dental diariamente para remover restos de alimentos entre os dentes;

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Faça visitas regulares ao dentista, mesmo que não haja dor;

Evite o tabagismo, que agrava tanto problemas bucais quanto cardiovasculares;

Tenha uma alimentação equilibrada, reduzindo açúcares e processados.

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E, se você tem alguma condição cardíaca preexistente, converse com seu médico ou dentista sobre cuidados específicos para prevenir infecções como a endocardite.

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