Omeprazol é um inibidor da bomba de prótons usado para reduzir a acidez estomacal / Freepik
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Durante décadas, o omeprazol foi visto como um protetor gástrico praticamente inofensivo, consumido diariamente por muitas pessoas antes do café da manhã. Hoje, médicos alertam que o entendimento sobre o medicamento mudou, e seu uso deve ser mais criterioso.
O omeprazol pertence à classe dos inibidores da bomba de prótons (IBPs), que reduzem a produção de ácido no estômago. Pantoprazol, esomeprazol e lansoprazol também fazem parte dessa categoria. Embora eficazes no tratamento de úlceras, refluxo e gastrite, esses medicamentos passaram a ser associados a efeitos adversos quando usados por longos períodos.
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O uso prolongado pode prejudicar a absorção de nutrientes essenciais como ferro, magnésio, cálcio e vitamina B12, levando a anemia, fadiga, cãibras e osteopenia. Além disso, aumenta o risco de infecções intestinais por Clostridioides difficile, favorece o supercrescimento bacteriano no intestino delgado e, em alguns estudos, aparece relacionado a doença renal crônica e fraturas.
Apesar dos riscos, o omeprazol continua indispensável para pacientes com refluxo gastroesofágico grave, esôfago de Barrett, esofagite eosinofílica ou necessidade de gastroproteção devido a uso contínuo de anti-inflamatórios. Nesses casos, a medicação deve ser usada com acompanhamento médico, avaliando sempre o risco-benefício.
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Para pacientes com sintomas leves ou refluxo intermitente, é possível reduzir a dose, usar o remédio sob demanda ou optar por bloqueadores H2, como a famotidina, que têm menor potência mas menos efeitos adversos a longo prazo. Outra alternativa é o P-CAB vonoprazana, de ação rápida e duradoura, embora ainda pouco disponível no Brasil.
Mudanças no estilo de vida também ajudam a controlar o refluxo sem remédios. Perder peso, evitar deitar logo após as refeições, reduzir consumo de ultraprocessados, álcool e chocolate, elevar a cabeceira da cama e adotar hábitos alimentares mais cuidadosos podem ser tão eficazes quanto o medicamento em casos leves.
O objetivo dos especialistas não é proibir o omeprazol, mas promover seu uso racional. O medicamento continua sendo um avanço da medicina moderna, porém deve ser prescrito, ajustado e monitorado de forma criteriosa, evitando o uso desnecessário e os efeitos adversos associados.
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