Saúde
Sintomas são parecidos aos da dengue e chikungunya, mas podem causar consequências graves ao feto, no caso de mulheres grávidas
A febre Oropouche está se espalhando rápido pelo Brasil e já fez vítimas fatais / Foto de Polina Tankilevitch/Pexels
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O brasileiro não tem um minuto de paz e agora vive uma preocupante situação de saúde pública: a febre Oropouche, que deixou de ser uma doença restrita à Amazônia e já acumula 11.805 casos confirmados em 18 estados e no Distrito Federal, com cinco mortes confirmadas (quatro no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo), número superior ao total registrado em 2024 — quando foram quatro vítimas ao longo de todo o ano.
O aumento significativo de casos está acontecendo no Espírito Santo, que lidera o ranking estadual com 6.318 infecções, apesar de estar a quase 3 mil quilômetros da região originalmente afetada.
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A proporção de casos nas semanas epidemiológicas de 2025 já supera consistentemente os números de 2024, o que indica que o país poderá ultrapassar os 13.856 casos do ano anterior até o final do ano.
A doença é causada pelo Oropouche orthobunyavirus, transmitido principalmente pelo mosquito Culicoidesparaensis, popularmente chamado de maruim ou mosquito-pólvora.
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Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações — semelhantes à dengue ou chikungunya —, mas podem levar a complicações graves na gestação, como microcefalia, má-formação fetal e óbito do feto.
Segundo pesquisadores da Fiocruz e do Instituto Oswaldo Cruz, a disseminação da febre está associada a uma possível nova linhagem do vírus, surgida no Amazonas e propagada por áreas de recente desmatamento, além de ter sido favorecida por mudanças climáticas com chuvas intensas e secas alternadas.
O Ministério da Saúde intensificou a vigilância epidemiológica, especialmente em estados mais afetados, e emitiu alertas para que gestantes e populações em áreas urbanas ou periurbanas reforcem medidas de proteção contra o mosquito.
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Não há vacina nem tratamento específico, apenas cuidados com repouso e hidratação, além do uso de analgésicos para aliviar sintomas.