Cruzar os dedos ou entrelaçar as mãos à frente do corpo está, em geral, associado a um comportamento de reserva / Pexels
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A linguagem corporal pode revelar muito mais sobre emoções, intenções e estados mentais do que as palavras. Gestos feitos de forma inconsciente — como cruzar os dedos, as mãos ou os braços à frente do corpo — são amplamente analisados pela psicologia e por disciplinas especializadas em comunicação não verbal, como a sinergologia.
Embora cada gesto deva sempre ser interpretado dentro de um contexto, especialistas afirmam que determinadas posturas tendem a transmitir sinais claros de defesa, tensão emocional, introspecção ou tentativa de controle. A seguir, veja o que significa cada um desses movimentos.
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Cruzar os dedos ou entrelaçar as mãos à frente do corpo está, em geral, associado a um comportamento de reserva ou de recolhimento emocional.
Segundo a sinergologia, mãos em punhos fechados ou dedos entrelaçados com rigidez indicam proteção contra algo que causa desconforto.
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A especialista em linguagem não verbal Eva García Ruiz destaca que a tensão nas articulações é um elemento-chave na interpretação do gesto.
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“Quando os dedos estão ligados com tensão, eles podem até mudar de cor, o que deixa claro que não se trata de um estado mental relaxado. Isso indica reserva em relação ao outro e uma atitude defensiva”, afirma.
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Por outro lado, quando os dedos estão apoiados suavemente, sem rigidez, o gesto pode indicar introspecção, concentração ou reflexão interna, sem necessariamente representar desconforto em relação ao ambiente.
O cruzamento dos pulsos, com as mãos posicionadas à frente do corpo e o lado interno dos braços protegido, pode transmitir uma ideia de submissão, especialmente quando acompanhado de cabeça baixa ou postura encolhida.
Segundo os psicólogos Sergio Rulicki e Martin Cherny, autores do livro "Non-verbal communication: how emotional intelligence is expressed through gestures", esse gesto também pode indicar tentativa de autocontrole em situações desconfortáveis ou emocionalmente tensas.
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De acordo com os autores, quando as pessoas sentem que perderam o controle da situação, tendem a agarrar partes do próprio corpo como forma inconsciente de conter emoções, ansiedade ou nervosismo.
Tradicionalmente, cruzar os braços é interpretado como um gesto de defesa. Estudos antropológicos apontam que essa postura cria uma barreira física entre o indivíduo e o interlocutor, sinalizando proteção ou desconforto.
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No entanto, Rulicki e Cherny explicam que o significado pode variar conforme o contexto. O gesto também pode indicar rejeição, discordância, irritação ou até sensação de superioridade, dependendo da expressão facial, do tom de voz e da situação em que ocorre.
Em momentos de tensão mais intensa, cruzar os braços escondendo as mãos e inclinar o tronco para trás pode representar o chamado “fechamento emocional”.
Essa postura sinaliza recusa, hostilidade ou disposição negativa, dificultando a comunicação e tornando negociações ou diálogos mais difíceis.
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Apesar disso, os especialistas alertam que cruzar os braços nem sempre é sinal de conflito: nervosismo, insegurança ou até frio também podem explicar o gesto. Por isso, a análise da linguagem corporal deve sempre considerar o conjunto de sinais e o contexto em que eles aparecem.