Com a pandemia, Natal precisa ser adaptado / Divulgação
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*Por Gladys Magalhães
A pandemia do novo coronavírus já deixou mais de 180 mil mortos e 7 milhões de infectados no Brasil. A doença também impactou a economia, cancelou eventos e mudou comportamentos e como não poderia deixar de ser, as celebrações de final de ano não passarão ilesas pela Covid-19. Em 2020, Natal e Ano Novo terão máscaras, distanciamento e frascos de álcool em gel.
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Este é o caso, por exemplo, da família de Luciene Hayara, de 37 anos, que mora com a mãe e o marido em Lins, no interior paulista. Luciene conta que a família sempre se reuniu no Natal, um grupo grande, com cerca de 25 pessoas, que inclui tios e primos. Contudo, este ano, por conta do pandemia, o encontro será menor e bem diferente. “Seremos em 16 pessoas, na casa dos meus tios, que possui um espaço aberto bem amplo. Para que tudo seja feito com o máximo de segurança também estipulamos algumas regras, que mandei para todos os convidados”, conta.
Entre as regras da família de Luciene está o uso de máscara durante todo o evento (a exceção se dá na hora da ceia, que cada núcleo familiar fará em uma mesa separada), abraços somente utilizando máscaras e capa de chuva e apertos de mão apenas com luvas descartáveis.
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Natal na praça
Já na família da jornalista Mariana Aguerre Salles Penteado, de 27 anos, moradora de Cotia, na Grande São Paulo, para que seja garantido o distanciamento, ela e os familiares resolveram fazer a ceia em uma praça no bairro de Vila Madalena, em São Paulo.
“O Natal sempre foi muito importante pra gente. Minha família é enorme e todo ano tem festa. Nós tínhamos cancelado a celebração, e estava todo mundo muito triste. Minha avó é idosa, está em isolamento total, e ela sempre curtiu muito essa época do ano e ela estava arrasada. Então, meus tios tiveram a ideia e vamos celebrar em uma praça!”
Mariana explica que a praça foi o local escolhido porque nenhuma residência da família teria espaço ao ar livre suficiente para garantir o distanciamento. Dentre os outros cuidados adotados, ela diz que eles também adotarão a capa de chuva e as comidas serão todas embaladas individualmente.
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Em casa
A opção pelas comemorações ao ar livre, adotadas pelas famílias de Luciene e Mariana, é uma das recomendações dos especialistas para minimizar os riscos durante as celebrações de final de ano. Contudo, na opinião do infectologista Alexandre Piva Sobrinho, docente do curso de Medicina na Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), o ideal é que a festa seja com o mínimo de pessoas possível. “Não existe 100% de segurança, mas tem maneiras de diminuir esse risco. O ideal é que a celebração seja com quem reside na mesma casa”, alerta.
Essa foi a opção da professora Sandra Valéria Lucio, de 51 anos, moradora de Piracicaba, que passará as festas somente com os filhos, o namorado e a nora. “Sou a caçula de 10 irmãos esparramados por São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Natal é o nosso momento de reencontro. Em 2019, quase 60 pessoas passaram em casa. Uma de minhas irmãs é do Samu, conversamos e achamos por bem não nos reunirmos este ano. Estamos todos bem até agora, mantendo as recomendações. Não vamos arriscar. Será difícil, mas necessário”, diz.
Dicas para celebrar com menos risco
Diversas entidades como a OMS e a Fiocruz soltaram alertas com dicas para as pessoas diminuírem os riscos nas celebrações de Natal e Ano Novo. O Governo de São Paulo pretende fazer o mesmo na próxima semana nas redes sociais.
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Porém, para a infectologista Ingrid Cotta, da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, o mais seguro é celebrar virtualmente, cada um da sua casa. “Sinta-se bem em adiar ou cancelar encontros. Neste momento, o mais seguro é celebrar com as pessoas de casa.”
Ainda assim, para quem for se reunir, valem as dicas a seguir:
• Prefira eventos ao ar livre;
• Reúna no máximo 10 pessoas;
• Faça uma comemoração rápida, de cerca de uma hora;
• Use máscara durante todo o encontro;
• Mantenha o distanciamento de 1,80 m;
• Leve sua própria comida, bebida e utensílios;
• Evite gritar, cantar e brindar;
• Se estiver sentindo qualquer sintoma, fique em casa.