Saúde

Confira 6 passos para iniciar tratamento com cannabis medicinal em 2026 no Brasil

Consulta médica, cadastro na Anvisa e acompanhamento contínuo estão entre as etapas essenciais para usar cannabis medicinal com segurança

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 27/12/2025 às 12:45

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Em 2025, mais de 873 mil brasileiros recorreram a terapias com derivados da cannabis / Divulgação

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O ano de 2026 promete marcar uma nova fase da cannabis medicinal no Brasil, tanto pelo avanço da regulamentação quanto pelo crescimento expressivo do número de pacientes.

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Em 2025, mais de 873 mil brasileiros recorreram a terapias com derivados da planta, movimentando um mercado quase bilionário, segundo dados do anuário da consultoria Kaya Mind.

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Além disso, 2026 é o prazo final para que a União regulamente o cultivo de cannabis para fins medicinais e farmacêuticos, conforme determinação judicial prevista para março.

Diante desse cenário, cresce também o interesse de pacientes que desejam iniciar o tratamento de forma legal e segura.

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A seguir, a especialista Mariana Maciel, médica brasileira à frente da farmacêutica canadense Thronus Medical e autora do livro Revolução Endocanabinoide, explica os seis passos fundamentais para começar o tratamento com cannabis medicinal em 2026.

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1. Entenda que a cannabis não é uma “pílula mágica”

A cannabis medicinal faz parte de uma abordagem integrativa. Segundo a especialista, o tratamento não se limita ao controle de sintomas isolados.

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“Tratamos a pessoa como um todo. A cannabis deve estar associada a outras estratégias terapêuticas”, explica Mariana Maciel.

2. Procure um médico habilitado para prescrever

O primeiro passo é consultar um médico com registro ativo no CRM e no Conselho Federal de Medicina.

Embora não exista uma certificação oficial específica para prescrição de cannabis no Brasil, é recomendável buscar profissionais com formação complementar e experiência clínica na área.

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Clínicas especializadas e indicações profissionais ajudam a garantir maior segurança.

3. Faça uma consulta inicial detalhada

A primeira consulta é decisiva para o sucesso do tratamento. Histórico de saúde, rotina, uso de outros medicamentos e tratamentos anteriores devem ser informados com transparência.

É nessa etapa que o médico define:

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  • o tipo de canabinoide (CBD, THC ou combinação);
  • a forma de uso (óleo, hidrossolúvel, intranasal, comestível, entre outras);
  • a dosagem e a frequência.

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4. Cadastre-se no portal da Anvisa

Com a receita médica, o paciente precisa realizar o cadastro obrigatório na Anvisa para importar medicamentos à base de cannabis.

Muitas farmacêuticas auxiliam nesse processo, feito pelo portal gov.br. Após o envio da documentação e da prescrição, a autorização é emitida por e-mail sem custo e permite a entrega do produto em domicílio.

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A autorização tem validade de dois anos, enquanto a receita médica vale por seis meses, incentivando o acompanhamento regular.

5. Compre o medicamento prescrito

Somente após a autorização da Anvisa o paciente pode adquirir o medicamento indicado pelo médico. A importação é limitada a uma quantidade equivalente a até 180 dias de tratamento, conforme a posologia prescrita.

6. Inicie o tratamento e mantenha o acompanhamento médico

O acompanhamento médico contínuo é indispensável. “Essa fase não pode ser negligenciada. O diálogo constante permite ajustes de dose e avaliação da resposta terapêutica”, ressalta a especialista.

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Mito: cannabis medicinal é para “ficar chapado”

Um dos principais mitos sobre a cannabis medicinal é o efeito psicoativo. “Nem todo tratamento envolve THC e, quando envolve, as doses são terapêuticas e controladas. O objetivo não é alterar a consciência, mas equilibrar o organismo”, esclarece Mariana Maciel.

Em quais casos a cannabis medicinal pode ser indicada?

A cannabis medicinal tem sido utilizada como terapia adjuvante em diversas condições clínicas, especialmente quando tratamentos convencionais não apresentam bons resultados. Entre as principais indicações estão:

  • dores crônicas (lombalgia, neuropatias, artrite);
  • ansiedade e insônia;
  • epilepsia refratária;
  • autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento;
  • fibromialgia e doenças inflamatórias crônicas;
  • Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla;
  • controle de dor, náusea e perda de apetite em tratamentos oncológicos;
  • doenças autoimunes, enxaqueca crônica e doença de Crohn.

“Cada caso deve ser avaliado individualmente, mas hoje já existe um corpo consistente de evidências clínicas que respalda o uso da cannabis medicinal em diferentes contextos”, conclui a especialista.

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