Em 2025, mais de 873 mil brasileiros recorreram a terapias com derivados da cannabis / Divulgação
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O ano de 2026 promete marcar uma nova fase da cannabis medicinal no Brasil, tanto pelo avanço da regulamentação quanto pelo crescimento expressivo do número de pacientes.
Em 2025, mais de 873 mil brasileiros recorreram a terapias com derivados da planta, movimentando um mercado quase bilionário, segundo dados do anuário da consultoria Kaya Mind.
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Além disso, 2026 é o prazo final para que a União regulamente o cultivo de cannabis para fins medicinais e farmacêuticos, conforme determinação judicial prevista para março.
Diante desse cenário, cresce também o interesse de pacientes que desejam iniciar o tratamento de forma legal e segura.
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A seguir, a especialista Mariana Maciel, médica brasileira à frente da farmacêutica canadense Thronus Medical e autora do livro Revolução Endocanabinoide, explica os seis passos fundamentais para começar o tratamento com cannabis medicinal em 2026.
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A cannabis medicinal faz parte de uma abordagem integrativa. Segundo a especialista, o tratamento não se limita ao controle de sintomas isolados.
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“Tratamos a pessoa como um todo. A cannabis deve estar associada a outras estratégias terapêuticas”, explica Mariana Maciel.
O primeiro passo é consultar um médico com registro ativo no CRM e no Conselho Federal de Medicina.
Embora não exista uma certificação oficial específica para prescrição de cannabis no Brasil, é recomendável buscar profissionais com formação complementar e experiência clínica na área.
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Clínicas especializadas e indicações profissionais ajudam a garantir maior segurança.
A primeira consulta é decisiva para o sucesso do tratamento. Histórico de saúde, rotina, uso de outros medicamentos e tratamentos anteriores devem ser informados com transparência.
É nessa etapa que o médico define:
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Com a receita médica, o paciente precisa realizar o cadastro obrigatório na Anvisa para importar medicamentos à base de cannabis.
Muitas farmacêuticas auxiliam nesse processo, feito pelo portal gov.br. Após o envio da documentação e da prescrição, a autorização é emitida por e-mail sem custo e permite a entrega do produto em domicílio.
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A autorização tem validade de dois anos, enquanto a receita médica vale por seis meses, incentivando o acompanhamento regular.
Somente após a autorização da Anvisa o paciente pode adquirir o medicamento indicado pelo médico. A importação é limitada a uma quantidade equivalente a até 180 dias de tratamento, conforme a posologia prescrita.
O acompanhamento médico contínuo é indispensável. “Essa fase não pode ser negligenciada. O diálogo constante permite ajustes de dose e avaliação da resposta terapêutica”, ressalta a especialista.
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Um dos principais mitos sobre a cannabis medicinal é o efeito psicoativo. “Nem todo tratamento envolve THC e, quando envolve, as doses são terapêuticas e controladas. O objetivo não é alterar a consciência, mas equilibrar o organismo”, esclarece Mariana Maciel.
A cannabis medicinal tem sido utilizada como terapia adjuvante em diversas condições clínicas, especialmente quando tratamentos convencionais não apresentam bons resultados. Entre as principais indicações estão:
“Cada caso deve ser avaliado individualmente, mas hoje já existe um corpo consistente de evidências clínicas que respalda o uso da cannabis medicinal em diferentes contextos”, conclui a especialista.
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