Saúde

'Cenário é de atenção, não de alarde', diz pediatra sobre meningite no Litoral de SP

Mesmo com números menores do que os registrados no ano passado, a pediatra infectologista alerta para a baixa cobertura vacinal na região

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 18/11/2025 às 08:00

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Pediatra afirma que meningite sempre exige vigilância, mas é preciso analisar o contexto epidemiológico com cautela / Reprodução/Instagram

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Os casos de meningite registrados nas nove cidades da Baixada Santista têm gerado preocupação entre moradores e dúvidas nas redes sociais.

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Alguns portais sugerem aumento expressivo da doença, mas dados enviados pelas prefeituras mostram que, no acumulado do ano, os números estão menores do que os do mesmo período de 2024 — e dentro do padrão histórico.

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Para a pediatra infectologista consultada pela reportagem, “o cenário é de atenção, não de alarde”. Segundo ela, a meningite sempre exige vigilância, mas é preciso analisar o contexto epidemiológico com cautela.

“Os casos registrados até agora estão dentro do esperado. Não há surto, não há explosão de números. O que temos é a circulação habitual da doença”, explica.

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A especialista reforça, porém, que manter a calma não significa relaxar com os cuidados. “Mesmo quando dizemos que ‘o cenário é de atenção, não de alarde’, isso não quer dizer descuido. A meningite continua sendo uma infecção séria, que evolui rapidamente e precisa ser reconhecida cedo”, afirma.

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Sintomas que acendem alerta

A pediatra explica que os sintomas podem variar de acordo com o tipo de meningite, mas alguns sinais são comuns e devem levar à avaliação imediata:

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  • Febre alta súbita
  • Dor de cabeça intensa
  • Rigidez no pescoço
  • Sensibilidade à luz
  • Vômitos
  • Sonolência ou confusão mental

Em bebês, irritabilidade, choro persistente, moleira abaulada e dificuldade para mamar também são sinais importantes.

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Diferenças entre os tipos

A doença pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, mas os dois primeiros são os mais frequentes.

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Viral: costuma ser mais leve e representa a maior parte dos casos.

Bacteriana: mais grave e pode deixar sequelas ou levar à morte se não tratada rapidamente.

Fúngica: rara e geralmente associada a pessoas com imunidade muito baixa.

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“A maioria dos casos que observamos na rotina é viral, e esses evoluem bem”, esclarece a médica.

Prevenção ainda é o ponto mais sensível

O maior desafio, segundo a infectologista, não está no número atual de casos, mas na vacinação. Ela reforça que a cobertura vacinal contra meningite — principalmente a meningocócica C e a meningocócica ACWY — segue abaixo do ideal na região.

“Mesmo com os casos controlados, a baixa adesão às vacinas nos preocupa. As pessoas precisam entender que prevenção reduz risco e protege o coletivo”, diz.

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Ela reforça novamente sua avaliação: “O cenário é de atenção, não de alarde, mas a vacinação é o que impede que isso mude.”

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