Pediatra afirma que meningite sempre exige vigilância, mas é preciso analisar o contexto epidemiológico com cautela / Reprodução/Instagram
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Os casos de meningite registrados nas nove cidades da Baixada Santista têm gerado preocupação entre moradores e dúvidas nas redes sociais.
Alguns portais sugerem aumento expressivo da doença, mas dados enviados pelas prefeituras mostram que, no acumulado do ano, os números estão menores do que os do mesmo período de 2024 — e dentro do padrão histórico.
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Para a pediatra infectologista consultada pela reportagem, “o cenário é de atenção, não de alarde”. Segundo ela, a meningite sempre exige vigilância, mas é preciso analisar o contexto epidemiológico com cautela.
“Os casos registrados até agora estão dentro do esperado. Não há surto, não há explosão de números. O que temos é a circulação habitual da doença”, explica.
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A especialista reforça, porém, que manter a calma não significa relaxar com os cuidados. “Mesmo quando dizemos que ‘o cenário é de atenção, não de alarde’, isso não quer dizer descuido. A meningite continua sendo uma infecção séria, que evolui rapidamente e precisa ser reconhecida cedo”, afirma.
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A pediatra explica que os sintomas podem variar de acordo com o tipo de meningite, mas alguns sinais são comuns e devem levar à avaliação imediata:
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Em bebês, irritabilidade, choro persistente, moleira abaulada e dificuldade para mamar também são sinais importantes.
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A doença pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, mas os dois primeiros são os mais frequentes.
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Viral: costuma ser mais leve e representa a maior parte dos casos.
Bacteriana: mais grave e pode deixar sequelas ou levar à morte se não tratada rapidamente.
Fúngica: rara e geralmente associada a pessoas com imunidade muito baixa.
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“A maioria dos casos que observamos na rotina é viral, e esses evoluem bem”, esclarece a médica.
O maior desafio, segundo a infectologista, não está no número atual de casos, mas na vacinação. Ela reforça que a cobertura vacinal contra meningite — principalmente a meningocócica C e a meningocócica ACWY — segue abaixo do ideal na região.
“Mesmo com os casos controlados, a baixa adesão às vacinas nos preocupa. As pessoas precisam entender que prevenção reduz risco e protege o coletivo”, diz.
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Ela reforça novamente sua avaliação: “O cenário é de atenção, não de alarde, mas a vacinação é o que impede que isso mude.”