Saúde
Surtos recentes em dois estados brasileiros acendem sinal de alerta; vítimas podem apresentar desde mal-estar gastrointestinal até cegueira irreversível
Caso Hungria quais são os primeiros sinais que podem salvar de uma intoxicação por metanol / Reprodução/Instagram
Continua depois da publicidade
Após a confirmação de uma morte em São Paulo e outras sete sob investigação, cinco no mesmo estado e duas em Pernambuco, os mais de 40 casos recentes de possível intoxicação por metanol acenderam um alerta no país.
Continua depois da publicidade
A condição, associada ao consumo de bebidas adulteradas, pode causar cegueira permanente e levar ao óbito. O rapper Hungria é um dos internados por intoxicação por metanol.
Em nota oficial, o Ministério da Saúde recomenda que qualquer pessoa que apresente sintomas como embriaguez persistente, desconforto gastrointestinal ou alterações visuais entre 12 e 24 horas após ingerir bebida alcoólica procure imediatamente um serviço de saúde.
Continua depois da publicidade
Inicialmente, a vítima pode sentir sintomas semelhantes aos de uma embriaguez comum e até acreditar que está melhorando, o que mascara a gravidade do quadro. Com a metabolização da substância pelo fígado, no entanto, surgem manifestações mais severas, como: Dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, dor de cabeça, tontura, sonolência, falta de coordenação, confusão mental, taquicardia e pressão baixa
Cerca de 24 horas após a ingestão, surgem sintomas característicos da intoxicação: Visão turva, embaçada ou com perda de percepção de cores, fotofobia, pupilas dilatadas, convulsões, coma e acidose metabólica grave
Na fase avançada, os danos tornam-se sistêmicos: coração, pulmões e rins podem entrar em colapso progressivo. Há risco de cegueira irreversível, pancreatite, insuficiência renal e complicações neurológicas.
Continua depois da publicidade
Por ser quimicamente semelhante ao etanol, o álcool presente em bebidas comuns, o metanol é metabolizado inicialmente da mesma forma pelo organismo. A diferença está nos subprodutos gerados: enquanto o etanol produz ácido acético, que o corpo consegue eliminar, o metanol gera ácido fórmico, altamente tóxico.
Em casos confirmados ou suspeitos, o tratamento deve ser imediato. Inclui o uso de antídotos como o fomepizol, que bloqueia a enzima responsável pela metabolização tóxica, ou a administração de etanol medicinal, que compete com o metanol pela mesma via enzimática. Em situações graves, a hemodiálise é necessária para remover a substância e seus metabólitos da corrente sanguínea.
A rápida identificação dos sintomas e a busca por atendimento especializado são decisivas para reduzir sequelas e salvar vidas.
Continua depois da publicidade