Saúde

Aves mudam de sexo mais do que se imagina e trazem muitos problemas para cientistas

Estudo australiano desafia métodos tradicionais de identificação e levanta novas questões para a conservação de espécies

Agência Diário

Publicado em 23/08/2025 às 18:01

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Um estudo inédito na Austrália revelou a troca de sexo em aves selvagens / Márcio Ribeiro/DL
Um estudo inédito na Austrália revelou a troca de sexo em aves selvagens / Márcio Ribeiro/DL
Pesquisadores analisaram quase 500 aves de diferentes espécies / Márcio Ribeiro/DL
Pesquisadores analisaram quase 500 aves de diferentes espécies / Márcio Ribeiro/DL
O estudo foi conduzido por cientistas da University of the Sunshine Coast / Márcio Ribeiro/DL
O estudo foi conduzido por cientistas da University of the Sunshine Coast / Márcio Ribeiro/DL
A maioria dos registros envolveu aves geneticamente fêmeas com órgãos masculinos / Márcio Ribeiro/DL
A maioria dos registros envolveu aves geneticamente fêmeas com órgãos masculinos / Márcio Ribeiro/DL
Ainda não se sabe quais mecanismos levam à troca de sexo em aves / Márcio Ribeiro/DL
Ainda não se sabe quais mecanismos levam à troca de sexo em aves / Márcio Ribeiro/DL

Pesquisa revela que até 6% das aves analisadas tinham sexo genético diferente da anatomia / Freepik

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Um estudo inédito na Austrália revelou que a troca de sexo em aves selvagens pode ser mais comum do que se imaginava. O achado levanta dúvidas sobre técnicas de identificação e pode mudar estratégias de conservação.

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Pesquisadores analisaram quase 500 aves de diferentes espécies e encontraram casos em que a anatomia reprodutiva não correspondia ao sexo definido pelo DNA. A descoberta surpreendeu até os cientistas mais experientes.

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As conclusões indicam que erros na identificação de sexo em aves podem alterar dados sobre populações e ameaçar esforços de preservação.

Descoberta que muda o jogo na ciência

O estudo foi conduzido por cientistas da University of the Sunshine Coast e publicado na Biology Letters. A pesquisa examinou aves como kookaburras, pombos e lorikeets, atendidas em hospitais de vida selvagem no sudeste de Queensland.

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Após a morte, as aves passaram por testes de DNA e análises da anatomia interna. Em até 6% dos casos, a genética indicava um sexo, mas os órgãos reprodutivos pertenciam ao outro. Esse índice é muito mais alto do que se imaginava para aves.

A maioria dos registros envolveu aves geneticamente fêmeas com órgãos masculinos. Em um caso raro, um kookaburra macho apresentava sistema reprodutivo feminino funcional, possivelmente capaz de produzir ovos.

E as aves sempre nos surpreendem! Uma delas surpreendeu recentemente por ter corações na penagem.

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O canal Manual do Mundo revelou como é feito um teste de DNA:

Por que essa descoberta é tão importante?

Embora reversões sexuais sejam comuns em peixes, anfíbios e répteis, nas aves e mamíferos são extremamente raras. Este é o primeiro levantamento que estabelece uma taxa de referência para o fenômeno em espécies australianas.

“Entender como e por que a reversão sexual ocorre é vital para a conservação e para melhorar a precisão da pesquisa sobre aves”, explicou Dominique Potvin, coautora do estudo, em comunicado à imprensa.

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Os métodos tradicionais — como análise de DNA, plumagem e comportamento — podem errar em até 6% dos casos. Isso afeta cálculos sobre a proporção de sexos, preferências de acasalamento e até projeções sobre espécies ameaçadas.

Conheça também a ave que quer dominar o mundo e entenda por que ela se espalhou por SP.

Próximos passos na pesquisa

Ainda não se sabe quais mecanismos levam à troca de sexo em aves. Os cientistas defendem novos estudos para entender se o fenômeno está ligado a gatilhos ambientais ou fatores genéticos.

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“Agora estabelecemos que as evidências de DNA nem sempre refletem o sexo suspeito”, afirmou Clancy Hall, principal autor da pesquisa.

Compreender melhor essa variação pode ajudar a refinar técnicas de manejo, evitar erros nos censos populacionais e criar estratégias mais eficazes para a preservação de aves raras e ameaçadas.

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