Pesquisa revela que até 6% das aves analisadas tinham sexo genético diferente da anatomia / Freepik
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Um estudo inédito na Austrália revelou que a troca de sexo em aves selvagens pode ser mais comum do que se imaginava. O achado levanta dúvidas sobre técnicas de identificação e pode mudar estratégias de conservação.
Pesquisadores analisaram quase 500 aves de diferentes espécies e encontraram casos em que a anatomia reprodutiva não correspondia ao sexo definido pelo DNA. A descoberta surpreendeu até os cientistas mais experientes.
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As conclusões indicam que erros na identificação de sexo em aves podem alterar dados sobre populações e ameaçar esforços de preservação.
O estudo foi conduzido por cientistas da University of the Sunshine Coast e publicado na Biology Letters. A pesquisa examinou aves como kookaburras, pombos e lorikeets, atendidas em hospitais de vida selvagem no sudeste de Queensland.
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Após a morte, as aves passaram por testes de DNA e análises da anatomia interna. Em até 6% dos casos, a genética indicava um sexo, mas os órgãos reprodutivos pertenciam ao outro. Esse índice é muito mais alto do que se imaginava para aves.
A maioria dos registros envolveu aves geneticamente fêmeas com órgãos masculinos. Em um caso raro, um kookaburra macho apresentava sistema reprodutivo feminino funcional, possivelmente capaz de produzir ovos.
E as aves sempre nos surpreendem! Uma delas surpreendeu recentemente por ter corações na penagem.
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O canal Manual do Mundo revelou como é feito um teste de DNA:
Embora reversões sexuais sejam comuns em peixes, anfíbios e répteis, nas aves e mamíferos são extremamente raras. Este é o primeiro levantamento que estabelece uma taxa de referência para o fenômeno em espécies australianas.
“Entender como e por que a reversão sexual ocorre é vital para a conservação e para melhorar a precisão da pesquisa sobre aves”, explicou Dominique Potvin, coautora do estudo, em comunicado à imprensa.
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Os métodos tradicionais — como análise de DNA, plumagem e comportamento — podem errar em até 6% dos casos. Isso afeta cálculos sobre a proporção de sexos, preferências de acasalamento e até projeções sobre espécies ameaçadas.
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Ainda não se sabe quais mecanismos levam à troca de sexo em aves. Os cientistas defendem novos estudos para entender se o fenômeno está ligado a gatilhos ambientais ou fatores genéticos.
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“Agora estabelecemos que as evidências de DNA nem sempre refletem o sexo suspeito”, afirmou Clancy Hall, principal autor da pesquisa.
Compreender melhor essa variação pode ajudar a refinar técnicas de manejo, evitar erros nos censos populacionais e criar estratégias mais eficazes para a preservação de aves raras e ameaçadas.