Saúde

As pessoas que vivem mais tempo não praticam CrossFit nem Pilates, diz especialista

Especialista em longevitade explica que centenários se mantêm ativos sem academias, treinos intensos ou rotinas formais de exercício

Luna Almeida

Publicado em 24/11/2025 às 23:53

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Os centenários que estudou chegam aos 100 anos sem diabetes, câncer, doenças cardíacas ou demência / Freepik

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O pesquisador Dan Buettner, pesquisador americano e referência mundial no estudo da longevidade, voltou a chamar atenção ao afirmar que as pessoas que mais vivem no planeta não seguem rotinas de exercícios como Pilates, CrossFit ou treinos guiados. 

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Após mais de duas décadas investigando as chamadas Zonas Azuis – regiões caracterizadas por hábitos saudáveis e comunidades positivas –, ele identificou um padrão que contraria boa parte das recomendações atuais de atividade física.

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Segundo o pesquisador, que há mais de vinte anos analisa comunidades com grande concentração de centenários, esses povos chegam aos 100 anos com saúde preservada não por genética privilegiada, mas porque evitam as doenças que encurtam a vida – e isso acontece por meio de hábitos simples, incorporados naturalmente ao cotidiano.

Onde estão as Zonas Azuis

As Zonas Azuis estudadas por Buettner ficam espalhadas pelo mundo – lugares como Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Icária (Grécia), Loma Linda (Estados Unidos) e a Península de Nicoya (Costa Rica). 

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Embora nenhuma delas esteja no Brasil, seus padrões de comportamento ajudam a entender por que certos grupos alcançam idades avançadas sem doenças crônicas.

Nessas regiões, a longevidade não está ligada a aulas de academia, treinos pagos ou rotinas de desafios físicos. O movimento acontece o dia todo, de forma leve, sem planejamento e sem esforço consciente.

Movimento natural: o segredo

Buettner explica que os centenários dessas regiões não participam de treinos em grupo nem seguem protocolos rígidos de exercício. 

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Caminham diariamente, cuidam da horta, sobem ladeiras, cozinham, limpam a casa e evitam depender de máquinas que executam tarefas simples. Essas atividades mantêm o corpo em movimento quase o tempo todo, algo que, segundo o pesquisador, faz mais diferença do que uma hora de exercício compensatório.

Ele reforça que pessoas modernas passam longos períodos sentadas, tentando equilibrar o sedentarismo com uma ida eventual à academia – algo insuficiente, na visão dele, para reproduzir os benefícios de um dia inteiro de pequenos movimentos, distribuídos naturalmente.

Envelhecer bem sem disciplina extrema

Durante participação no podcast ZOE, Buettner destacou que os centenários que estudou chegam aos 100 anos sem diabetes, câncer, doenças cardíacas ou demência. 

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O que eles têm em comum não é força de vontade extraordinária, e sim uma vida construída de forma a evitar fatores que causam adoecimento.

Para o pesquisador, o aprendizado central é que a longevidade nasce de um estilo de vida ativo sem esforço, no qual o movimento é parte da rotina e não um compromisso na agenda. 

Ele considera essa abordagem mais efetiva do que qualquer programa formal de atividade física, desde que se mantenha consistente ao longo dos anos.

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Mesmo não havendo Zonas Azuis brasileiras oficialmente reconhecidas, os mesmos princípios podem ser aplicados no dia a dia – caminhar mais, depender menos do carro, subir escadas, cultivar pequenas tarefas domésticas e incorporar atividades simples que mantenham o corpo em constante movimento.

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