Saúde

Aranha não causa 'cobreiro': Instituto Butantan desmente mito popular

Lesões da herpes-zóster continuam sendo associadas ao contato com aranhas mas a ciência mostra que isso é mito. Saiba por quê

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 06/07/2025 às 16:36

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Origem do termo "cobreiro" está ligada a crenças populares que associavam lesões de pele ao toque de animais como aranhas, cobras ou sapos / Divulgação/GovernoSP

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Você já ouviu alguém dizer que encostar em uma aranha dá cobreiro? Apesar de muito difundida, essa crença não tem base científica.

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Segundo o Instituto Butantan, a condição conhecida popularmente como cobreiro é causada por herpes-zóster, uma infecção viral, e não tem relação alguma com aranhas.

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A herpes-zóster é provocada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo que causa a catapora. Ele pode permanecer inativo no organismo por anos e, geralmente, se manifesta novamente em pessoas com o sistema imunológico fragilizado, como idosos.

Quando reativado, o vírus provoca lesões na pele, acompanhadas de ardência, dor intensa, coceira e formigamento, que se concentram em um lado do corpo, como nas costas, tórax ou pescoço.

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De onde surgiu a associação com aranhas?

A origem do termo “cobreiro” está ligada a crenças populares que associavam lesões de pele ao toque de animais como aranhas, cobras ou sapos. Entre elas, a caranguejeira — grande, peluda e imponente — tornou-se o principal alvo dessa confusão.

Essas aranhas, da família Theraphosidae, possuem cerdas urticantes que são usadas como mecanismo de defesa.

Quando se sentem ameaçadas, elas liberam esses pelos no ar, que podem causar irritações alérgicas em contato com a pele. A pessoa pode apresentar vermelhidão, coceira intensa, dor leve e até pequenas bolhas.

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Segundo o aracnólogo Paulo Goldoni, do Instituto Butantan, essas reações podem lembrar os sintomas do cobreiro, o que contribui para a confusão.

No entanto, ele destaca que não existe qualquer ligação entre o contato com aranhas e a ativação do vírus herpes-zóster.

Como diferenciar as reações?

As lesões causadas por herpes-zóster costumam surgir de forma mais agressiva e profunda, com bolhas doloridas que seguem o trajeto de nervos, provocando ardência e até febre.

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Já a reação alérgica causada por caranguejeiras se limita ao local de contato com os pelos da aranha e, na maioria dos casos, desaparece com uso de anti-histamínicos ou pomadas.

Além disso, a herpes-zóster exige tratamento com antivirais, enquanto as reações às cerdas urticantes não requerem uso de soro, pois não envolvem veneno.

Aranhas não representam perigo

Apesar da aparência, caranguejeiras não são agressivas e costumam fugir do contato com humanos.

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O veneno que possuem não é perigoso para seres humanos, e a maioria dos acidentes ocorre quando alguém tenta tocar ou capturar esses animais.

Por isso, se você encontrar uma aranha caranguejeira, o melhor a fazer é simplesmente deixá-la seguir seu caminho.

Existe vacina para o cobreiro?

Sim. Existe uma vacina contra herpes-zóster disponível na rede privada de saúde, especialmente recomendada para pessoas acima dos 50 anos.

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Além disso, a vacina tetravalente viral, oferecida gratuitamente na rede pública, previne a catapora em crianças a partir de 15 meses, reduzindo as chances de manifestação do vírus na fase adulta.

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