O Wegovy é considerado um 'irmão' do Ozempic / Reprodução
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo uso do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) para o tratamento da gordura no fígado com inflamação, condição conhecida como MASH (esteato-hepatite associada à disfunção metabólica), em pacientes adultos. A resolução foi publicada nesta segunda-feira (15) no Diário Oficial da União.
O Wegovy, considerado um "irmão" do Ozempic por ter o mesmo princípio ativo, passa a integrar o rol de tratamentos autorizados para uma doença grave, progressiva e com poucas opções terapêuticas disponíveis até o momento. A MASH é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado associado à inflamação e pode evoluir para fibrose, cirrose e insuficiência hepática quando não tratada.
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A decisão da Anvisa teve como base os resultados do estudo clínico de fase 3 ESSENCE, que avaliou a eficácia da semaglutida 2,4 mg em adultos com MASH e fibrose hepática moderada a avançada. Os dados mostraram que 63% dos pacientes tratados com Wegovy apresentaram resolução da inflamação hepática, contra 34,3% no grupo placebo.
Além disso, 37% dos participantes tiveram melhora da fibrose, em comparação com 22,4% entre aqueles que não receberam o medicamento. O estudo acompanha os pacientes ao longo de 240 semanas, e os resultados finais estão previstos para 2029, o que permitirá avaliar os efeitos de longo prazo do tratamento.
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A aprovação é considerada um marco no tratamento da gordura no fígado no Brasil, já que, até então, os pacientes contavam basicamente com mudanças no estilo de vida e controle de fatores metabólicos para tentar frear a progressão da doença.
Estima-se que mais de 250 milhões de pessoas no mundo vivam atualmente com MASH, número que pode dobrar até 2030, segundo projeções médicas, impulsionado pelo aumento da obesidade, do diabetes tipo 2 e da síndrome metabólica.
Atualmente, o Wegovy já é indicado para o controle de peso em adultos com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades, além de ser aprovado para adolescentes a partir de 12 anos com obesidade severa. Com a nova autorização, o medicamento amplia seu uso para além do emagrecimento, reforçando seu papel no tratamento de doenças metabólicas associadas.
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