Saúde
Estudo brasileiro transforma alimento selvagem em arma contra doença que mata milhares de pessoas todos os anos
Agência Diário
Publicado em 30/08/2025 às 19:40
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Os lobos-guará adoram essa frutinha / Imagem: Jonathan Wilkins/Wikimedia Commons
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A fruta-do-lobo, alimento preferido do lobo-guará, esconde segredos que podem beneficiar a saúde humana. Pesquisadores da USP descobriram que seus compostos atuam contra o câncer de bexiga quando transformados em nanopartículas.
O estudo, publicado na renomada International Journal of Pharmaceutics, mostra como a natureza oferece soluções para problemas modernos. A doença, que matou 5 mil brasileiros em 2020, pode ter um tratamento mais eficaz e natural graças a essa pesquisa.
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Ivana Pereira Santos Carvalho, autora principal, defendeu a tese em 2022 com resultados animadores. A tecnologia desenvolvida combina conhecimento tradicional com nanotecnologia de ponta para combater tumores.
A Solanum lycocarpum produz compostos tóxicos como mecanismo de defesa - justamente esses elementos se mostraram eficazes contra células cancerígenas. Solasonina e solamargina inibem a multiplicação de tumores quando adequadamente administradas.
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As nanopartículas desenvolvidas medem cerca de 600 nanômetros, permitindo ação precisa. "600 mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo", compara a professora Priscyla Daniely Marcato em entrevista ao Jornal da USP.
Testes em animais comprovaram redução significativa de tumores, abrindo caminho para futuros tratamentos em humanos. A pesquisa exemplifica como a biodiversidade brasileira pode gerar inovações médicas.
Além da lobeira, esse vegetal é mais que um simples alimento pois ajuda a prevenir o câncer.
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Antes de testes clínicos, os cientistas precisam determinar a dosagem segura e monitorar possíveis efeitos colaterais. "É fundamental ajustar a dosagem ideal", reforça Priscyla sobre essa fase crucial.
O tratamento localizado na bexiga apresenta vantagens sobre quimioterapias convencionais. Menos tóxico e mais direcionado, pode significar melhor qualidade de vida para pacientes oncológicos.
Enquanto isso, a lobeira continua alimentando lobos-guarás no Cerrado, sem suspeitar que pode se tornar uma esperança contra uma das doenças mais temidas da humanidade.
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