Saúde

A fila de transplante no Brasil: critérios e funcionamento

Entenda o que é o Sistema Nacional de Transplantes, os critérios técnicos para alocação de órgãos e como é organizada a lista única

Isabella Fernandes

Publicado em 14/08/2025 às 12:45

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Divulgação/Ministério da Saúde
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A fila de espera por um transplante de órgão no Brasil é um tema de grande relevância para a saúde pública e gera muitas dúvidas / Divulgação/Ministério da Saúde

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A fila de espera por um transplante de órgão no Brasil é um tema de grande relevância para a saúde pública e gera muitas dúvidas. Diferente de uma fila comum, baseada apenas na ordem de chegada, o sistema brasileiro é um cadastro técnico gerenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

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A alocação de um órgão é definida por critérios técnicos rigorosos, que visam garantir a equidade e a maior chance de sucesso do procedimento.

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O Diário oferece informações gerais e factuais sobre como funciona a fila de espera para transplante de órgãos no Brasil e quais os critérios de prioridade, sem substituir, em hipótese alguma, a orientação de um profissional de saúde.

O que é a lista única do Sistema Nacional de Transplantes (SNT)

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde, é responsável por regulamentar, controlar e monitorar todo o processo de doação e transplantes realizados no país.

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A base desse sistema é o chamado Cadastro Técnico Único, popularmente conhecido como "lista de espera" ou "fila de transplante".

Essa lista é única em todo o território nacional, embora seja gerenciada por estado ou região através das Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs). Isso significa que um paciente inscrito em São Paulo concorre aos órgãos captados prioritariamente nesse estado.

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A inscrição de um paciente na lista é realizada exclusivamente por uma equipe médica autorizada, após uma avaliação completa que confirma a necessidade do transplante como a melhor ou única opção terapêutica. A posição de um paciente na lista não é estática e depende de fatores técnicos, não apenas do tempo de inscrição.

Quais os critérios de prioridade para a alocação de um órgão

A distribuição de órgãos obedece a critérios técnicos bem definidos, que podem variar ligeiramente dependendo do órgão em questão (coração, fígado, rim, etc.). O objetivo é encontrar o receptor mais compatível e com a maior necessidade, otimizando as chances de sucesso do transplante.

Os principais critérios são:

  • Compatibilidade: Este é o fator mais importante. Inclui a compatibilidade sanguínea (sistema ABO) e, para alguns órgãos como o rim e a medula óssea, a compatibilidade genética (sistema HLA - Antígeno Leucocitário Humano), que avalia a semelhança imunológica entre doador e receptor para diminuir o risco de rejeição.
  • Gravidade do estado do paciente: Pacientes em estado crítico, com risco iminente de morte e sem outra alternativa terapêutica, podem ter prioridade na fila. A gravidade é medida por escores médicos específicos para cada tipo de órgão.
  • Tempo de espera: O tempo em que o paciente aguarda na fila é utilizado como critério de desempate entre dois ou mais receptores que apresentam o mesmo nível de compatibilidade e gravidade.
  • Idade: Em situações específicas, como para doadores pediátricos, a prioridade é dada a receptores também pediátricos.
  • Proximidade geográfica: O tempo entre a retirada do órgão do doador e o seu implante no receptor (tempo de isquemia) é crítico. Por isso, a localização geográfica do doador e dos potenciais receptores é um fator logístico fundamental.

Como funciona o processo desde a inscrição até o transplante

O caminho de um paciente no sistema de transplantes é um processo coordenado e que envolve diversas etapas, sempre sob a supervisão de profissionais de saúde. De forma geral, o fluxo funciona da seguinte maneira:

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  • Indicação e avaliação médica: Um médico especialista diagnostica a falência de um órgão e indica o transplante. O paciente é então encaminhado a um centro transplantador para uma série de exames que confirmam a necessidade e a viabilidade do procedimento.
  • Inscrição na lista: Com a indicação confirmada, a equipe médica do centro transplantador realiza a inscrição do paciente no Cadastro Técnico Único do SNT. A partir deste momento, o paciente está oficialmente na fila de espera.
  • Acompanhamento e espera ativa: Enquanto aguarda, o paciente deve manter seus exames atualizados e seguir todas as orientações médicas para se manter em condições clínicas de receber o órgão quando a oportunidade surgir.
  • Oferta do órgão e chamada: Quando um órgão de um doador falecido se torna disponível, o sistema informatizado do SNT gera uma lista de potenciais receptores compatíveis, ordenada pelos critérios de prioridade. A equipe médica do receptor mais bem posicionado na lista é contatada e, caso o órgão seja adequado, o paciente é chamado ao hospital para realizar o transplante.

A organização da fila de espera para transplantes no Brasil é um processo complexo, fundamentado em critérios técnicos e éticos para assegurar uma distribuição justa e eficiente dos órgãos doados.

O sistema é gerenciado pelo SNT e a alocação depende de fatores como compatibilidade, gravidade e logística, e não apenas do tempo de espera.

Este conteúdo é estritamente informativo e não serve como guia para diagnóstico ou tratamento. A indicação para um transplante e todas as informações sobre o processo devem ser obtidas e discutidas diretamente com um médico ou uma equipe de saúde qualificada, que são os únicos capazes de avaliar cada caso individualmente.

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