Levantamento aponta que o bem-estar cresce até certo patamar de renda; entenda o conceito de "saturação financeira". / Reprodução/Freepik
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O velho clichê de que “dinheiro não compra felicidade” continua popular, mas pesquisas acadêmicas indicam que a realidade pode ser mais complexa.
Um estudo conduzido por dois pesquisadores da Escola de Negócios de Harvard aponta que existe, sim, um patamar de renda a partir do qual o bem-estar cotidiano tende a aumentar de forma significativa.
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De acordo com o levantamento, a chamada “zona da felicidade” estaria em torno de US$ 75 mil por ano — valor equivalente a R$ 406.000 a R$ 413.000 por ano, ou cerca de R$ 34.000 por mês no Brasil. A quantia não representa luxo extremo, mas é suficiente para garantir estabilidade financeira, reduzir o estresse e ampliar a liberdade de escolhas no dia a dia.
Até determinado ponto, o aumento da renda diminui a pressão causada por contas, dívidas e imprevistos. Com mais segurança financeira, as pessoas conseguem planejar o futuro, poupar e enfrentar emergências sem grandes sobressaltos. A partir desse limite, no entanto, ganhos adicionais deixam de impactar a felicidade diária na mesma intensidade.
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Avaliações semelhantes aparecem na mídia americana. Reportagens da CBS, por exemplo, indicam que trabalhadores tendem a relatar maior satisfação conforme seus salários crescem.
Em alguns casos, os valores citados são mais elevados, mas especialistas destacam que, nesse cenário, a discussão já se desloca do equilíbrio financeiro para a acumulação de riqueza.
Na Europa, os parâmetros são diferentes. O Instituto Francês de Estatística estima que a “saturação financeira” ocorra com cerca de 30 mil euros por ano, o equivalente a 2,5 mil euros mensais. O número reflete não apenas o custo de vida, mas também a presença de políticas de bem-estar social mais amplas.
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Dados do Eurostat mostram que o salário médio anual de um trabalhador em tempo integral na União Europeia chegou a 39,8 mil euros em 2024. Na Grécia, esse valor ficou em torno de 33,7 mil euros. Ainda assim, para uma parcela significativa da população europeia, alcançar o chamado “rendimento da felicidade” segue sendo um objetivo distante.