Variedades
Estudos revelam que o riso tem raízes evolucionárias profundas, servindo como ferramenta de coesão social em humanos e outros animais; entenda a ciência por trás dessa reação
Por que rimos? A ciência revela a origem ancestral do riso e por que ele vai além dos humanos / Reprodução/Pexels
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O riso é uma reação simples e poderosa que nos permite criar conexões e até gerar novos sentimentos. Embora seja comumente visto como uma característica exclusivamente humana, estudos revelam que não é algo restrito à nossa espécie.
Sabemos, pela ciência, que o riso é um reflexo biológico. Bebês, por exemplo, começam a sorrir desde o primeiro mês de vida e já riem por volta dos três meses, antes mesmo de compreenderem as dinâmicas sociais ao seu redor.
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Surpreendentemente, um estudo recente concluiu que pelo menos 65 espécies de animais, como vacas, papagaios, cães, golfinhos e pegas-rabudas, emitem sons semelhantes ao riso durante brincadeiras ou mesmo quando recebem cócegas, como observado em primatas e ratos.
De acordo com um artigo publicado pela The Conversation, isso sugere que o riso tem raízes evolutivas mais antigas do que se supunha anteriormente e que o compartilhamos com diversas outras espécies. Diferente da fala, que exige uma linguagem complexa, o riso é instintivo e contagioso, reforçando a sensação de pertencimento ao grupo.
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Os cientistas acreditam que essa função social provavelmente surgiu com o Homo ergaster, há cerca de 2 milhões de anos, promovendo coesão grupal sem depender de linguagem formal.
A ciência ainda investiga a origem e as causas precisas do riso, mas a maioria dos estudiosos concorda que três fatores são fundamentais para desencadear essa reação: a percepção de uma violação de expectativas (o fato engraçado); a avaliação dessa violação como inofensiva; a simultaneidade desses dois processos.
Ou seja, rimos quando algo desafia nossas expectativas de forma repentina, mas inofensiva, e processamos o ocorrido de imediato em formato de risada.
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Por exemplo, em desenhos animados, quando um personagem cai de uma escada ou é esmagado por um carro — sem sofrer danos reais —, nosso cérebro interpreta a situação como segura, e o inusitado desperta o riso.
É claro que fatores culturais e sociais também influenciam profundamente o que consideramos engraçado. Uma mesma piada pode ser hilária em um país, ofensiva em outro e irrelevante em um terceiro.
O riso e o humor envolvem múltiplas regiões do cérebro. Como o córtex pré-frontal dorsolateral que detecta a situação inusitada. O têmporo-occipital que avalia seu caráter inofensivo.
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Ao ser confirmado a ausência de risco, a substância cinzenta periaquedutal modula a resposta emocional, assim o circuito de recompensa é ativado, liberando dopamina — neurotransmissor associado ao prazer —, o que desencadeia o riso.
Estudos mostram que, entre jovens, há maior ativação em áreas cerebrais ligadas ao prazer emocional, refletindo uma experiência mais intensa e primária do humor. E temos o riso voluntário que é aprendido e funciona como ferramenta social para imitar ou reforçar vínculos emocionais.
O canal Universo Físico produziu um vídeo detalhado sobre os motivos que nos levam a rir, vale muito a pena conferir!
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