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Por onde anda Márcia Goldschmidt? Confira entrevista polêmica da 'Rainha do Barraco'

Apresentadora fala sobre decepções amorosas e profissionais, infância marcada por dificuldades e o auge de sua carreira na televisão

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 29/07/2025 às 15:00

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Apresentadora Márcia Goldschmidt falou ao programa "No Alvo" desta última segunda-feira, 28 de julho / Reprodução

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O programa "No Alvo" desta última segunda-feira, 28 de julho, recebeu a apresentadora  Márcia Goldschmidt. Ela conta que só comia farinha de milho com água na infância, e no roteiro digno de Cinderela, virou a mais ilustre desconhecida da televisão brasileira.

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Casou-se com um barão de verdade, mas trocou a nobreza pelos barracos, com gritaria na plateia e dedo na cara, sem censura. Acusou uma celebridade de puxar seu tapete. Teve seu palco invadido por um homem armado e nem piscou.

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Foi morar na Europa e apareceu na internet como um oráculo moderno. Dá conselhos, julga dilemas e dita regras de vida, com autoridade de quem já passou por todos os níveis do inferno emocional. Acostumada a gritar: "mexeu com você, mexeu comigo". Na entrevista, foi a vez de Márcia ter a vida mexida, remexida e virada do avesso. Confira na íntegra:

Você já foi chamada de a "Pérola Trash da TV", a "Musa do Escândalo", a "Rainha do Barraco", e até a "Intrigueira". Pergunto, é possível olhar para trás e sentir orgulho de ter sido a pioneira do Telebarraco? 

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Márcia - Com certeza, e pena que não senti esse orgulho na época, que na época eu ficava me defendendo dos ataques. Posso assumir que eu era boba, porque eu tenho muito orgulho. Exijo que me respeitem com o título 'Rainha do Barraco', porque se a vida é esse barraco, eu quero ser a Rainha.

Sua entrada na televisão é uma virada de novela. Concorreu com 700 mulheres. Você já tinha mais carisma ou mais sangue nos olhos? O que passou pela sua cabeça quando ouviu "Você é a nova apresentadora"?

Márcia - Não acreditei. Não passou nada pela minha cabeça. Era muito surreal. Uma virada na minha vida que eu jamais pensei.

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Você já disse que não conheceu o próprio pai e que foi criada por uma avó muito pobre. Que memória você guarda da sua infância que ainda te dói lembrar? Você perdoou quem te faltou lá atrás?

Márcia - Não sei se eu perdoei, eu nem me lembro de quem me faltou lá atrás. Eu não perco meu tempo olhando pra trás. Eu toco a minha vida olhando pra frente, e não pelo retrovisor. 

Como foi a vida em Paris?

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Márcia - A vida em Paris foi uma batalha, como tem sido sempre a minha vida desde que eu me entendi por gente. Foi uma grande luta sobreviver como um ilegal, num país estrangeiro, sem saber exatamente como seria o dia de amanhã. Foi uma grande batalha, mas também uma enorme vitória. 

De repente, você se casa com um barão e volta para o Brasil. Seja sincera. Bem sincera com a gente. O barão era amor, destino ou uma passagem garimpada de volta? 

Márcia - Destino. Pela forma como nos conhecemos e como tudo aconteceu. A minha vida é marcada pelo destino. Um dia eu me tornei apresentadora nacional em horário nobre. De luxo desconhecida a uma figura extremamente conhecida. Um dia, de menina sem família, me casei com um barão. A minha vida é marcada por isso. 

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Como foi o casamento com esse barão? 

Márcia - Como todos os casamentos. Começam cheios de fantasia e terminam com muita decepção. 

Por que você se decepcionou? 

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Márcia - Ele não correspondeu àquilo que eu esperava. Como todas as mulheres. Não como todas, mas como a grande maioria das mulheres. Quando nós encontramos alguém, nós costumamos fantasiar aquela relação. Nós costumamos esperar daquela relação. Receber algo que nos falta para continuar essa trajetória de vida. E quando não recebemos, ou quando a outra pessoa não está apta a dar. Ou quando a outra pessoa não é nada daquilo que nós projetamos. Mas foi assim também que eu fui adquirindo a minha experiência. Quem não apanha, não aprende. Eu apanhei e aprendi.

Você era a número um no SBT. Disse que dois apresentadores famosos se uniram para puxar o seu tapete porque você a incomodava. Você acha que estava mexendo com a audiência ou mexendo com o ego de gente grande demais perto de você?

Márcia - Gente grande demais. Eu não vejo necessidade de me referir a essas pessoas. Até porque isso já passou. E algumas delas não estão mais presentes. E eu não acho que seria elegante da minha parte. Não preciso disso.

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Você disse que ainda vai processar um ex-colega se ele voltar a tocar no seu nome. Está esperando o universo se alinhar ou a vingança fria servida no altar?

Márcia - Não, é que eu tô cansada, sabe, desses delírios. Toda hora vem alguém que acredita nisso e fica falando. Eu tô sem paciência, sabe? Deixa os tribunais resolverem, quem sabe eu ainda ganho uma graninha, não é? Acho que eu mereço. Não sei se tem pra me dar, mas eu mereço...

O seu filho mais velho foi um doador. Ver o irmão salvar a vida da irmã te deu fé na humanidade ou só mais medo de perdê-los? 

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Márcia - Não, me deu certeza que a vida, o destino, ele tá escrito de uma forma muito, muito incrível. Como eu poderia imaginar que tanto tempo depois o meu filho viria a salvar a vida da irmã, enfim, dessa forma. Então, eu comecei a dizer Maktub, Maktub, Maktub.

Você disse que cuidar 24 horas por dia da Yanne [filha] te levou à beira da loucura. Você já falou em estresse pós-traumático, vigilância constante, aperto no coração. Como você se equilibra entre a culpa, o medo e a necessidade de parecer forte?

Márcia - Não tenho culpa de nada. Eu tenho estresse pós-traumático, até hoje eu não superei. Ver a minha filha três vezes ali, tão pequena, no limite da morte, e cuidado, foi tudo muito pesado. Foi tudo muito pesado, mas eu não tenho culpa de nada. E eu me equilibro assim. Eu tenho tempo, eu tenho que continuar. Tudo é muito exigente.

Diz que pela Yanne teve que estudar medicina e hepatologia. Em que momento a apresentadora decidiu virar especialista em salvar vidas? 

Márcia - Eu acho que no momento que eu nasci, porque isso é um dom meu, de uma forma ou de outra, eu sempre estou buscando salvar as pessoas. Não salvar no sentido de prepotência, de que eu possa salvar alguém efetivamente. Mas sempre de trazer alguma luz, de trazer alguma coisa que dê para a pessoa as ferramentas que ela precisa em algum momento para lidar com algo que a machuca. E eu fui mesmo estudar nutrição, hepatologia. Fui estudar tudo. Eu fiz tudo. Eu rodei o mundo todo para salvar minha filha. Eu sou uma pessoa muito determinada.

Um homem armado invadiu seu programa ao vivo? Você pensou: 'acabou minha vida?' Márcia, ali você realmente teve medo da morte? 

Márcia - Eu sou uma sobrevivente. Uma sobrevivente não pensa, ela age. Eu estava numa plateia de 250 pessoas, eu tinha um palco com muitos convidados, um grupo de dança, e eu tinha os meus produtores, os meus câmeras, a minha equipe, eu sempre fui muito ligada à minha equipe, que trabalha comigo, que, aliás, eu mantenho contato até hoje. E, ali, eu pensava assim, se ele der um tiro em qualquer uma dessas pessoas aqui, acabou a minha carreira, acabou a minha vida. Se ele der um tiro nele mesmo, acabou a minha carreira, acabou a minha vida. Se ele der um tiro em mim, acabou a minha carreira, acabou a minha vida. Então, eu tive um sangue muito frio ali, no momento, mas depois eu pensei em abandonar tudo.

Se você tivesse um programa de novo hoje, no estilo raiz, dedo na cara, quem seria a primeira estrela da internet que você colocaria no seu palco? E qual influenciador você colocaria de castigo com: 'Mexeu com você, mexeu comigo'?

Márcia - Eu acho que tem algumas, tem muitas. Mas eu acho que não vou nem falar o nome, porque eu não vou dar espaço. Acho que tem muita coisa influenciando mal a juventude na internet. Muitas mulheres, eu colocaria umas cinco sentadas. 

Mais uma vez, eu vou repetir. Precisamos e queremos nomes. 

Márcia - Bia Miranda, por exemplo. Eu acho que essa moça, ela tem sido um exemplo de tudo o que uma mulher não deve ser. 

Você sempre foi uma figura forte e para muitos uma conselheira na TV. Que conselho fundamental você daria hoje, baseado em todas as suas vivências, para as mulheres que te acompanham?

Márcia - Nunca coloque um homem ou um relacionamento em primeiro lugar na sua vida. Nunca. Não existe isso. Primeiro lugar na sua vida é a sua carreira e a sua estrutura como mulher. Os relacionamentos vão e vêm. Tudo que você está vivendo no início de um relacionamento vai se provar ser uma fantasia. Não concentre a sua energia em ter um homem do seu lado. Exorcize a macho-dependência urgente. 

Você já colocou o homem em primeiro lugar na sua vida? 

Márcia - Já. E já quebrei a minha cara. Por isso eu posso dizer, não façam isso. Todas as mulheres, famosas, não-famosas, ricas, pobres, bonitas, feias, jovens, de qualquer idade, de qualquer nacionalidade – bom dia, Shakira-, já passaram por isso. Então, mulherada, primeiro você, segundo você, terceiro você, quarto você, quinto você, depois ele, talvez.

Agora conta pra gente. Qual foi a treta que você resolveu fora dos holofotes, mas gostaria que tivesse viralizado? 

Márcia - Não posso falar. Não posso porque envolve pessoas muito conhecidas, assuntos muito sérios e que... Claro, não posso expor a vida das pessoas, a privacidade delas. Mas vou te falar, teria parado a internet.

Qual o conselho que você nunca deu no seu programa, mas que hoje daria com gosto e sem censura?

Márcia - Sobre filhos. Sobre ter filhos. Eu diria para as mulheres o seguinte: 'Cai no real, põe o pé no chão, sobretudo em tempos atuais, não é? E pense dez, quinze ou cem vezes antes de ter um filho. Um filho não são esses idiotas de bebês reborn. Um filho é um compromisso para toda a vida. Um filho é da mulher, não é do homem. Por melhor que você ache que esse homem é hoje, 80% do trabalho e do encargo de um filho fica nas costas da mulher. Eu não acho que a maternidade seja um mar de rosas, seja uma realização, como muitas mulheres insistem em pensar. E pior ainda, como muitas mulheres nem pensam e acabam colocando filhos no mundo sem a menor responsabilidade'.

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