Planejamento do ambiente, empatia e autocontrole são aliados para um encontro familiar mais leve / Reprodução/Freepik
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O encontro familiar no Natal, embora repleto de simbolismo afetivo, pode também ser um terreno fértil para tensões e discussões.
Para evitar que o espírito de celebração se perca em meio a conflitos, especialistas em comportamento e saúde mental apontam caminhos práticos para uma convivência mais harmônica.
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Para o psiquiatra Gustavo Estanislau, pesquisador da UFRGS e membro associado do Instituto Ame Sua Mente, uma preparação cuidadosa do ambiente é o primeiro passo. Ele recomenda evitar deliberadamente temas potencialmente explosivos, como política e esportes, que podem gerar competição desnecessária.
“Tomar cuidado com alguns aspectos da festa, como, por exemplo, música muito alta, que pode fazer com que as pessoas tenham que falar mais alto. Isso aumenta a probabilidade de desconforto e até de atrito”, explica Estanislau, que também é doutorando em Psiquiatria pela Unifesp.
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Sua estratégia para o calor do momento é baseada na detecção precoce. “Detectar os sinais de estresse o mais cedo possível e tentar intervir, abrandando a situação com um comportamento, um sinal, uma abordagem mais leve, com humor”, aconselha. Intervenções discretas são valiosas.
“Fazer pequenas interrupções, afastar uma pessoa da outra, se a gente percebe que um atrito está acontecendo, de uma forma que não fique muito evidente”. Ambientes amplos, que permitem que as pessoas se afastem e circulem quando a tensão aumenta, são mais favoráveis.
Segundo a psicopedagoga e mediadora de conflitos Luciana Mello, os desentendimentos frequentemente surgem do "excesso de expectativas e idealizações" sobre a data. A pressão por uma celebração perfeita gera frustração.
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Ela defende a aceitação das individualidades: “compreender que cada pessoa tem suas características, histórias e valores pessoais” é fundamental para um encontro autêntico.
A dificuldade em lidar com diferenças e a falta de comunicação aberta são outros fatores críticos. A especialista orienta.
“É importante respeitar as diferenças, compreender discordâncias como algo normal, saber redirecionar a conversa diante de assuntos que geram tensão e não entrar em discussões improdutivas”.
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Reconhecer os sinais de que uma conversa está se tornando hostil pode evitar uma escalada. Em um diálogo saudável, há respeito mútuo, escuta atenta e cuidado com julgamentos. “As pessoas expressam seu ponto de vista sem desrespeitar os direitos das outras”, diz Mello.
O conflito destrutivo, por outro lado, é marcado por postura defensiva, tom de voz elevado, tentativas de desqualificar o outro e ataques pessoais.
“Se uma conversa vira uma disputa sobre quem está certo ou errado, o diálogo vira um duelo em que todos perdem”, alerta.
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De acordo com os especialistas, essas são algumas características importantes para evitar discussões na ceia de natal:
“Essas são algumas das habilidades que ajudam a ter um diálogo construtivo e uma convivência emocionalmente saudável”, conclui Luciana Mello.
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A mensagem central é que preservar a qualidade do encontro e o propósito de união da data requer tanto planejamento preventivo quanto ferramentas de gerenciamento emocional no momento, transformando a ceia em uma oportunidade real de reconexão.