O que significa os sons do seu animal? Nova IA promete decifrar / Reprodução/Pexels
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Todos os tutores de animais domésticos, em algum momento, já se perguntaram: “O que meu animal está sentindo?”Essa dúvida surge especialmente quando tentamos descobrir se há algo de errado ou se o bichinho está feliz.
No geral, os animais utilizam comportamentos bastante familiares para se comunicar, como um chiado ou um latido, sons que acionam imediatamente o alerta instintivo no corpo humano. Ainda assim, na maior parte do tempo, não fazemos ideia do que se passa na cabeça deles.
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Um pesquisador de Milão desenvolveu um modelo de inteligência artificial (IA) que, segundo ele, é capaz de identificar se os sons emitidos por animais expressam emoções positivas ou negativas. Publicado na revista científica Scientific Reports, o modelo reconhece tons emocionais em sete espécies de mamíferos com cascos, incluindo porcos, cabras e vacas.
A tecnologia analisa características comuns dos sons emitidos, como tom, faixa de frequência e qualidade tonal. De acordo com o estudo, ruídos associados a sentimentos negativos costumam ter frequências médias a altas, enquanto os positivos se distribuem de forma mais uniforme pelo espectro. Nos porcos, por exemplo, sons mais agudos mostraram-se especialmente informativos, muitas vezes usados para chamar atenção.
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Para os cientistas, essa identificação de traços emocionais compartilhados entre espécies representa um dos avanços mais recentes em um campo que vem sendo transformado pela inteligência artificial.
O objetivo de ferramentas como esse modelo não é “traduzir” o que os animais dizem em linguagem humana, mas sim detectar padrões comportamentais e acústicos que geralmente passam despercebidos.
Outro estudo relacionou expressões faciais, vocalizações e comportamentos de cães, como o ato de abanar o rabo, a diferentes estados emocionais. Segundo os pesquisadores, mudanças sutis nos músculos faciais dos cães podem indicar medo ou excitação.
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Além disso, descobriu-se que a direção do abanar da cauda varia conforme o cão encontra um amigo ou percebe uma ameaça.
Pesquisadores de uma universidade em Dublin estão desenvolvendo uma coleira inteligente para cães de assistência, capaz de reconhecer sinais de que o tutor pode estar prestes a ter uma convulsão.
O acessório utiliza sensores que identificam comportamentos específicos do animal, como giros ou movimentos repetitivos. Assim que o cão executa o comando aprendido, o dispositivo envia um alerta automático, avisando sobre o possível episódio.
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Embora essas tecnologias representem avanços reais para o bem-estar e a segurança dos animais, especialistas alertam que elas ainda simplificam comportamentos complexos.
Segundo o próprio autor do estudo, reconhecer padrões não significa compreender emoções. Por isso, é essencial que o desenvolvimento de tecnologias voltadas aos animais priorize o bem-estar deles, e não apenas a curiosidade humana.
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