O impacto positivo do movimento no cérebro não é apenas subjetivo, mas fisiológico / Freepik
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Em um país que detém o título de mais ansioso do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a busca por alívio mental tem levado muitos brasileiros a trocarem o divã — ou a somarem a ele — o ambiente das academias.
Em Santos, o personal trainer Rafael Florêncio tem transformado a rotina de seus alunos ao propor uma abordagem onde o treino tradicional dá lugar ao suporte emocional.
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"A atividade física é uma das ferramentas mais poderosas que temos para acalmar a mente e conduzir o indivíduo ao aqui e agora", afirma o profissional, que atua há mais de uma década na área.
Rafael relata que a adaptação dos exercícios ao estado emocional do aluno é a chave para o sucesso do método.
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Quando um aluno chega "carregando um piano nas costas", exausto ou agitado, o treino é ajustado em tempo real.
Atividades aeróbicas de baixa intensidade são priorizadas para oxigenar o cérebro e reduzir a carga de estresse, permitindo que o corpo sinalize à mente que é hora de relaxar.
O impacto positivo do movimento no cérebro não é apenas subjetivo, mas fisiológico. De acordo com Florêncio, o exercício atua em três pilares fundamentais:
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Neurotransmissores: Liberação de endorfina, serotonina e dopamina, que promovem prazer e resiliência.
Qualidade do sono: O cansaço físico saudável regula o ciclo circadiano, essencial para mentes ansiosas.
Autoestima: A sensação de controle sobre o próprio corpo gera confiança para lidar com problemas externos.
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O profissional, que se atualiza trimestralmente com publicações científicas como o Journal of Multiprofessional Health Research, reforça que o exercício deve ser visto como uma "corda" para quem está no fundo do poço.
Ele cita casos de transformação real, como uma adolescente com depressão que reencontrou o convívio social através do esporte e uma advogada que utiliza o treino como válvula de escape estratégica para pressões profissionais.
Para Rafael Florêncio, o diferencial do educador físico moderno está no "olhar humano". Ele defende que os profissionais da área precisam entender de comportamento humano e saúde mental tanto quanto de fisiologia. "Quem não souber lidar com a mente, será substituído por tecnologia", alerta.
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Integrado a redes de apoio com psicólogos, ele acredita que a Educação Física deve ocupar um papel central nas políticas públicas de saúde mental no Brasil, oferecendo uma alternativa saudável e acessível ao estresse crônico da vida moderna.