Especialistas analisam como a radiação solar reage com elementos metálicos liberados pelo cometa. / NASA/ESA/UCLA/STScI
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Desde a sua descoberta em 1º de julho de 2025, o cometa interestelar 3I/ATLAS tem alimentado tanto a imaginação do público quanto a curiosidade científica. A origem extrassolar do visitante, além do nosso Sistema Solar, levanta questões sobre o que ele pode revelar sobre regiões distantes do cosmos.
Até um artigo preliminar, não revisado por pares, chegou a levantar a hipótese de que o objeto seria um artefato alienígena camuflado. A proposta foi prontamente rejeitada pela comunidade científica, sendo considerada especulativa e fora dos padrões metodológicos.
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No entanto, observações reais realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) trouxeram descobertas genuinamente surpreendentes.
Em um estudo preliminar publicado no repositório Zenodo, pesquisadores usando o espectrômetro NIRSpec do Webb revelaram que a coma do cometa, a nuvem de gás e poeira ao seu redor, é dominada por dióxido de carbono (CO).
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A proporção é inédita, cerca de oito vezes mais CO do que água, superando em mais de seis vezes a variação típica observada em cometas do nosso Sistema Solar.
Essa composição rica em CO sugere que o 3I/ATLAS se formou em um ambiente muito diferente do nosso, possivelmente mais frio ou sob condições químicas distintas.
O brilho esverdeado do 3I/ATLAS ocorre devido à liberação de gases quando o cometa é aquecido pela radiação solar. À medida que o gelo do núcleo sublima, compostos orgânicos ricos em carbono são liberados e quebrados pela luz ultravioleta do Sol, formando o carbono diatômico (C).
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Esse composto, ao absorver energia, reemite luz em comprimentos de onda verdes, produzindo a coloração característica observada ao redor do núcleo do cometa.
O efeito costuma ser mais intenso na coma, já que o C se dissocia rapidamente à medida que se afasta, enquanto a cauda, composta principalmente por poeira, reflete a luz solar e tende a apresentar tons mais claros ou amarelados.