A informação foi divulgada em uma transmissão ao vivo no Instagram feita por Gilmário Vemba, diretamente do aeroporto, onde os três aguardavam liberação desde as 14h / Divulgação/Contigo
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O humorista brasileiro Murilo Couto foi impedido de entrar em Moçambique neste domingo (21), junto aos colegas Gilmário Vemba (Angola) e Hugo Sousa (Portugal), após desembarcar no aeroporto internacional de Maputo.
O trio, que integrava o espetáculo do grupo Tons de Comédia, teve a entrada barrada pelas autoridades locais, sem justificativa oficial, o que resultou no cancelamento da apresentação marcada para poucas horas depois.
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A informação foi divulgada em uma transmissão ao vivo no Instagram feita por Gilmário Vemba, diretamente do aeroporto, onde os três aguardavam liberação desde as 14h (horário local). “Infelizmente, não vamos conseguir fazer o espetáculo”, declarou o humorista angolano, confirmando o cancelamento e o reembolso dos ingressos.
Murilo Couto, conhecido por seu humor ácido e participações no The Noite e no YouTube, viajava com o grupo após uma apresentação em Luanda, na noite anterior. Os três artistas, acompanhados do agente Pedro Gonçalves, da produtora Showtime, chegaram a Maputo por volta das 14h40. O show estava previsto para as 17h no Centro Cultural China Moçambique e teria casa cheia.
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O Serviço Nacional de Migração (Senami) de Moçambique foi procurado pela agência Lusa, mas não se pronunciou sobre a retenção dos humoristas. Gilmário Vemba já havia se apresentado anteriormente no país sem qualquer impedimento.
Apesar de não haver uma justificativa oficial para o veto, o episódio ganhou contornos políticos. Um assessor do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane afirmou nas redes sociais que Gilmário foi impedido de entrar por “expor suas opiniões”. Em julho, o humorista angolano se encontrou com Mondlane em Lisboa e exaltou publicamente a expressão “Anamalala”, usada por apoiadores do político em protestos pós-eleitorais.
Moçambique vive um cenário de tensão desde as eleições de outubro de 2024. Mondlane, que contesta o resultado das urnas e a vitória de Daniel Chapo (apoiado pela Frelimo, partido no poder), liderou manifestações e paralisações que resultaram, segundo ONGs locais, em cerca de 400 mortes por confrontos com a polícia. A crise começou a se atenuar após reuniões entre Mondlane e Chapo, realizadas em março e maio deste ano.
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Enquanto isso, fãs de Murilo Couto e dos demais artistas lamentaram nas redes sociais o cancelamento do show e a ausência de explicações por parte das autoridades moçambicanas.