Ganhar na loteria uma vez já parece um golpe de sorte. / Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
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Ganhar na loteria uma vez já parece um golpe de sorte. Duas vezes, então, quase impossível. Mas Stefan Mandel, um economista romeno, fez isso 14 vezes, sem trapaças, sem fraude e tudo dentro da lei.
Ao invés de confiar na sorte ou em números “energéticos”, Mandel usou algo bem mais preciso: matemática.
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Nos anos 1990, enquanto milhões apostavam por impulso, Mandel apostava com lógica. Ele desenvolveu um método baseado em cálculos de probabilidade e estatística. A ideia era simples na teoria: escolher loterias com número limitado de combinações e, se o prêmio fosse alto o suficiente, comprar todas as possibilidades.
Para isso, ele reunia um grupo de investidores, criava uma estrutura logística e imprimia milhões de bilhetes com todas as combinações possíveis. Se tivesse todos os números em mãos, a vitória era certa, e, com um bom planejamento, o lucro também.
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Depois de colecionar vitórias na Romênia e na Austrália, Mandel decidiu mirar nos Estados Unidos. Em 1992, a loteria da Virgínia oferecia o cenário ideal: o sorteio usava 6 números entre 1 e 44, o que totaliza cerca de 7 milhões de combinações. O prêmio acumulado? US$ 15,5 milhões.
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Sua equipe conseguiu comprar mais de 6 milhões de bilhetes em apenas dois dias. Um deles, claro, era o vencedor. A movimentação foi tão grande que chamou atenção do FBI, da CIA e de outras agências americanas.
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Mas, no fim, não encontraram nenhuma irregularidade: Mandel havia vencido jogando estritamente dentro das regras.
Apesar das vitórias, a operação era trabalhosa. Exigia estrutura, dinheiro, logística, impressão e distribuição em larga escala. Mandel dividia os lucros com investidores e ainda precisava arcar com custos altos. Ainda assim, saía no azul.
Seu sucesso, no entanto, revelou uma vulnerabilidade nos sistemas de loteria. Autoridades começaram a impor limites, dificultar o acesso a grandes volumes de bilhetes e modernizar os sorteios. Hoje, com o avanço da tecnologia e das regras, repetir o feito seria quase impossível.
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Depois da última vitória, Mandel se aposentou dos jogos e se mudou para as Ilhas Vanuatu, no Pacífico Sul. Vive discretamente, longe da mídia e dos holofotes.
A história, porém, continua a circular pelo mundo como uma prova de que, com planejamento e lógica, é possível vencer o acaso, e transformar a sorte em cálculo.
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