A sociedade dos peixes-palhaço funciona de maneira muito distinta da narrativa de "Procurando Nemo" / Divulgação
Continua depois da publicidade
O clássico infantil “Procurando Nemo”, lançado em 2003, conquistou gerações e permanece até hoje como um dos filmes mais queridos entre crianças e adultos. A animação acompanha a jornada de Marlin, um peixe-palhaço determinado a cruzar o oceano para encontrar seu filho Nemo, capturado por mergulhadores.
O sucesso nas bilheterias foi enorme, garantindo ao filme o posto de segunda maior arrecadação mundial daquele ano.
Continua depois da publicidade
Marvel se inspirou em brasileiro para conceber cenário de aguardado filme
No entanto, recentemente, o ciclo de vida real dos peixes-palhaço, tema central da história, voltou a chamar a atenção do público.
Continua depois da publicidade
Um vídeo publicado no Reddit viralizou ao revelar detalhes sobre o verdadeiro comportamento desses peixes na natureza, causando surpresa e até choque entre muitos fãs da animação.
De acordo com a Great Barrier Reef Foundation, a sociedade dos peixes-palhaço funciona de forma bem diferente do que o filme mostra. Na natureza, eles vivem em grupos organizados sob uma rígida hierarquia social, liderados por uma fêmea dominante, também chamada de “rainha”.
Essa fêmea escolhe um único macho mais agressivo como parceiro reprodutivo. Quando ela morre, esse macho dominante passa por uma transição irreversível de sexo, tornando-se a nova fêmea do grupo e escolhendo outro macho para reprodução.
Continua depois da publicidade
Os peixes-palhaço são classificados como hermafroditas protândricos, o que significa que nascem com capacidade de produzir tanto espermatozoides quanto óvulos. Eles não possuem cromossomos sexuais como os humanos, e a mudança de sexo ocorre de acordo com fatores ambientais e hormonais.
Peixes juvenis nascem como machos submissos. Caso surja a necessidade de um novo macho dominante, um deles pode assumir essa função após alterações hormonais. Porém, uma vez transformado em fêmea, não há retorno.
Um estudo publicado na revista científica Frontiers of Neuroscience explica que a morte da fêmea dominante desencadeia um estresse intenso no macho dominante, elevando os níveis de cortisol, hormônio que dá início ao processo de transição sexual.
Continua depois da publicidade
Foi justamente esse aspecto que gerou grande repercussão nas redes. O vídeo no Reddit destacou que, se o filme fosse biologicamente fiel, Marlin teria se transformado em fêmea após a perda de sua companheira, e Nemo, como o peixe mais forte do grupo, teria se tornado seu parceiro reprodutivo.
A revelação causou reações diversas. Enquanto alguns internautas brincaram que essa descoberta "arruinou suas infâncias", outros se divertiram com o contraste entre a ficção da Disney-Pixar e a realidade da vida marinha. Muitos também apontaram a ironia de se questionar a veracidade biológica de uma animação em que os peixes, afinal, falam e têm personalidade própria.
A curiosidade só reforça como a ciência pode surpreender até mesmo os maiores fãs de histórias encantadas.
Continua depois da publicidade