A equipe médica de Edu Guedes aguarda os resultados da biópsia para definir os próximos passos / Reprodução
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Após ser submetido a duas cirurgias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o apresentador Edu Guedes segue em recuperação e sob cuidados médicos. O que inicialmente parecia um problema renal revelou um tumor no pâncreas.
Embora ainda não haja confirmação sobre o tipo específico do câncer, o diagnóstico precoce levanta esperanças sobre a eficácia do tratamento.
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A reportagem ouviu o cirurgião oncológico Dr. Diego Greatti Vaz da Silva, doutor em Oncologia pelo A.C. Camargo Cancer Center e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (regional SP), para entender o cenário enfrentado por pacientes como Edu e quais são os próximos passos do tratamento.
De acordo com o médico, a confirmação exata do tipo de tumor só é possível após o resultado do exame anátomo-patológico, feito com o material retirado durante a cirurgia.
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Esse laudo indicará o tipo de câncer, seu grau de avanço e se atingiu estruturas próximas, como gânglios linfáticos.
Dentre os possíveis diagnósticos, o adenocarcinoma é o tipo mais comum e agressivo, além de ser o que mais causa mortes entre os cânceres do trato digestivo. Outra possibilidade é o tumor neuroendócrino, mais raro e menos agressivo, com maior chance de cura e normalmente detectado em pessoas mais jovens.
Em caso de confirmação do adenocarcinoma, o tratamento costuma incluir quimioterapia complementar, iniciada cerca de um mês após a cirurgia, quando o paciente já se recuperou fisicamente. A radioterapia, embora menos comum, pode ser indicada em situações específicas.
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O estadiamento, etapa essencial após o diagnóstico, é feito por meio de exames de imagem para identificar se há metástase em órgãos como fígado, pulmões ou peritônio.
Caso o tumor não tenha se espalhado, como pode ser o caso de Edu Guedes, o tratamento cirúrgico é priorizado.
O tamanho e a localização do tumor no pâncreas interferem diretamente na complexidade da cirurgia. Quando está na cabeça do órgão, é necessário realizar um procedimento chamado Whipple, que envolve a retirada de parte do estômago, do duodeno, da vesícula e do pâncreas, com posterior reconstrução das vias digestivas e biliares.
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Já nos casos em que o tumor está na cauda do pâncreas, a cirurgia é menos invasiva e pode ser feita por via laparoscópica ou robótica. Essa abordagem reduz o tempo de internação e acelera a recuperação.
A depender da extensão do tumor, o baço também pode ser removido, sem maiores impactos à saúde de adultos.
A recuperação do paciente depende da extensão da cirurgia e da tolerância aos tratamentos. Em geral, após a cirurgia da cabeça do pâncreas, a internação dura de cinco a sete dias, com retorno gradual às atividades após cerca de um mês.
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Se a cirurgia for menor, como nos casos de tumores na cauda, a recuperação pode ser ainda mais rápida, com alta em dois dias e retomada parcial das atividades em poucas semanas.
A quimioterapia, se necessária, pode durar até seis meses. Durante esse período, o paciente pode manter uma rotina com limitações, dependendo dos efeitos colaterais.
Entre os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, diabetes, doenças inflamatórias crônicas do pâncreas e a idade avançada. Embora existam síndromes genéticas associadas à doença, a maioria dos casos surge de forma esporádica, sem histórico familiar.
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O diagnóstico precoce é fundamental, mas desafiador. O pâncreas está localizado em uma região de difícil acesso e os sintomas iniciais geralmente são silenciosos. Por isso, muitos casos são descobertos apenas em estágios avançados.
Os exames de rotina mais acessíveis, como o ultrassom, têm baixa sensibilidade para visualizar o órgão. A ressonância magnética é o exame mais eficaz, mas geralmente só é solicitada diante de suspeitas clínicas específicas.
Remover parte do pâncreas pode causar alterações no metabolismo do paciente, como o desenvolvimento de diabetes ou dificuldade na digestão de proteínas, o que pode provocar episódios de diarreia. No entanto, segundo o especialista, essas consequências são raras, especialmente quando uma parte do órgão é preservada.
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A retirada do baço, quando necessária, também não costuma causar grandes impactos em adultos.
A equipe médica de Edu Guedes aguarda os resultados da biópsia para definir os próximos passos. A cirurgia foi considerada bem-sucedida, e a suspeita é de que o tumor tenha sido descoberto ainda em estágio inicial, o que aumenta as chances de recuperação.
Atualmente, o apresentador está passando por uma bateria de exames a fim de investigar a gravidade e o tipo do tumor.
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De acordo com o último boletim divulgado, Guedes passou uma 'noite muito boa' e segue em recuperação.
A expectativa é que, com uma boa resposta ao tratamento e recuperação adequada, o apresentador possa retomar suas atividades ainda neste ano.