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Escultura doada pela China gera polêmica e reação de religiosos: 'está repreendido'

Obra mistura dragão chinês e onça-pintada, simbolizando a conexão entre mitologias dos dois países

Nathalia Alves

Publicado em 19/11/2025 às 20:35

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Escultura Sino Brasileira da COP30 une símbolos culturais, mas gera forte reação de grupos religiosos / Reprodução / X - @donquejuana

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A escultura intitulada "Espírito Guardião Dragão Onça", presenteada pela China por ocasião da COP30, representa uma criatura híbrida com chifres e dentes proeminentes, que sustenta um globo terrestre com a inscrição da conferência climática.

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Concebida pela artista Huang Jian, a obra em bronze funde deliberadamente a figura do dragão chinês, símbolo nacional da China, com a da onça-pintada, animal emblemático da biodiversidade brasileira. A intenção, segundo sua criadora, era criar uma ponte simbólica entre as mitologias e a ancestralidade dos dois países.

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Entretanto, a peça tem sido alvo de intensa controvérsia entre grupos evanglélicos, que a interpretam como uma representação negativa e até mesmo demoníaca.

Em redes sociais, publicações sobre a obra receberam centenas de comentários como “Está repreendido” e “O Brasil é do Senhor Jesus”, muitos acompanhados de versículos bíblicos. Alguns chegaram a exigir a devolução da escultura, alegando que ela “traria maldição ao país”.

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O apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer e presidente internacional da Marcha para Jesus, gravou um vídeo criticando publicamente a obra.

Ele afirmou que a fusão entre dragão e onça “pode representar a junção da identidade nacional com valores que não refletem nossa tradição cristã” e citou o livro do Apocalipse, que descreve um “grande dragão vermelho que engana o mundo inteiro”.

É importante destacar, no entanto, que na cultura chinesa o dragão é uma figura ancestral positiva, associada a sorte, força, poder e sabedoria, completamente distinta da representação ocidental ligada ao mal.

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A artista Huang Jian, que também criou a escultura “Mãe Brasil” (em exibição na Praça da Bandeira), concebeu a peça como um legado cultural que celebra a união entre as duas nações, e não como um símbolo de conteúdo religioso ou negativo.

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