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Entenda por que o número zero não fazia parte da matemática romana

Utilizados durante séculos pelo Império Romano para contar soldados, calcular impostos e registrar obras públicas, os numerais romanos não contemplavam a ideia de "nada"

Ana Clara Durazzo

Publicado em 29/07/2025 às 16:45

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O modelo romano não enxergava necessidade para um símbolo que representasse a ausência de valor. / Freepik

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O número zero, elemento essencial da matemática moderna, está ausente em um dos sistemas numéricos mais famosos da história: os algarismos romanos. Utilizados durante séculos pelo Império Romano para contar soldados, calcular impostos e registrar obras públicas, os numerais romanos não contemplavam a ideia de “nada”.

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A explicação é histórica e está diretamente ligada ao propósito prático desse sistema. Desenvolvido com base em símbolos como I, V, X, L, C, D e M, que representavam quantidades palpáveis, o modelo romano não enxergava necessidade para um símbolo que representasse a ausência de valor.

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Na prática administrativa e cotidiana da Roma Antiga, um espaço em branco já bastava para indicar algo não contabilizado. O conceito de zero simplesmente não existia, e tampouco fazia falta.

O nascimento do zero: da Índia ao mundo

O zero, como conhecemos hoje, só foi reconhecido como número por volta do século 7, na Índia. O matemático Brahmagupta foi o primeiro a tratá-lo como um valor numérico autônomo, utilizando um pequeno ponto abaixo das cifras para representar a ausência de quantidade.

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Esse avanço revolucionário se espalhou pelo mundo árabe graças ao estudioso Al-Khwarizmi, que traduziu os tratados indianos em Bagdá. A partir dali, o conceito foi difundido pelo mundo islâmico e, eventualmente, introduzido na Europa, onde transformou radicalmente a matemática ocidental.

Uma revolução silenciosa

A inclusão do zero nos sistemas numéricos permitiu o desenvolvimento de ferramentas fundamentais para a contabilidade, a álgebra, a engenharia e a ciência moderna. Sua chegada possibilitou também a criação do sistema decimal posicional, que usamos até hoje.

Curiosamente, enquanto os romanos construíam aquedutos, estradas e impérios, viveram por mais de mil anos sem jamais utilizar o zero. Ainda assim, seu sistema numérico sobrevive como símbolo histórico, mesmo que incompleto aos olhos da matemática contemporânea.

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