O Canto das Mulheres do Asfalto é composto por diversos cantos que desdobram a premissa de um mundo onde as mulheres se recusam a parir novos filhos / Divulgação
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Santos, final da década de 50. A cidade recebia apenas quatro vezes por mês representações teatrais vindas da capital. Contra esse contexto surge Patrícia Galvão, que nesse período, se dedica profundamente à cultura e, principalmente, ao teatro amador. Em conjunto com a Comissão Estadual de Teatro e a Comissão Municipal de Cultura, lança em 1958 o I Festival de Teatro Amador de Santos.
Considerado o mais antigo evento do gênero no Brasil, o FESTA foi responsável por diversos capítulos da história cultural da região. O mais importante deles foi o de fazer com que o teatro da Baixada Santista ganhasse projeção nacional. Ao longo de mais de cinco décadas de existência, seu maior objetivo ainda se mantém vivo: promover intercâmbio e disseminar arte e cultura.
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Neste ano, o sexagenário festival faz uma homenagem à luta de Pagu e todas as mulheres que em cena – e também fora dela – lutam pela valorização da cultura. “O objetivo é exaltar essas personagens, através de uma mostra diversificada e composta por espetáculos que abordam o tema promovendo reflexões sobre o papel da mulher na sociedade”, pontua Raquel Rollo, uma das coordenadoras do FESTA 60.
Para essa edição, a atriz Letícia Sabatella retornará ao FESTA com o espetáculo “A Vida em Vermelho - Brecht & Piaf”. Pela primeira vez em Santos, a montagem abrirá o festival, que terá também com a apresentação de grupos renomados de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais, dentre eles, ‘Vaga Carne’ da atriz Grace Passô, vencedora do Shell pela autoria do trabalho.
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O Coletivo Arremate de Artes Cênicas de Fortaleza estaciona em Santos com o espetáculo ‘Entre Nós’. A Cia. Solo & Bem Acompanhados de Porto Alegre traz a montagem GPS Gaza e Monica Santana e a Gameleira Artes Integradas apresenta ‘Isto não é uma mulata’.
Na Mostra Estadual, a Kiwia Cia. de Teatro apresentará ‘Carne’; o Núcleo Sem Drama apresenta ‘A Farsa do Açúcar Queimado ou A Mulher Que Virou Pudim’; Grupo XIX de Teatro encena ‘Hysteria’ e a Cia. La Desdeñosa apresenta ‘Naturaleza Muerta’. O Núcleo Feminino Abjeto e O Canto das Mulheres do Asfalto trazem também espetáculos homônimos.
Mostra Regional
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Os espetáculos selecionados juntam-se às nove produções da região da Baixada Santista. São elas:
“A Revolução das Águas”, da Associação Cultural Incena Brasil; “Arrastão”, da Cia Etra de Dança;
“Pagu: qual o gosto do mundo? As várias faces de Patrícia Galvão”, da Cia Teatral Carcarah Voador; “Um discurso para minha Vó”, da Cia Vozavós; “Willian...e nós...”, do Coletivo Makeshake; “Cinderela Brasileira”, do Grupo Casa 3; “Zona! ”, do O Coletivo; “Darluz”, da Cia. O que é que o gato esconde? e “Cortejo Praiaças”, do Movimento de Palhaçaria Feminina da Baixada Santista.
Dois dos maiores artistas do século 20, Edith Piaf e o poeta Bertolt Brecht, conversam sobre a vida, obras, angústias, medo e realizações em ‘A vida em vermelho’
Hysteria’ se passa no final do século 19, nas dependências de um hospício. Cinco personagens internadas como histéricas revelam seus desvios e contradições
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Num bar/restaurante, quatro mulheres convivem com situações absurdas de maneira serena ou simplesmente se distanciam destas: esse é o mote de Naturaleza Muerta