Cultura

Lindomar Castilho, a voz de 'Você É Doida Demais', morre aos 85 anos

Dono de sucessos que marcaram gerações e recordista de vendas, artista também teve trajetória marcada por tragédia familiar

Giovanna Camiotto

Publicado em 20/12/2025 às 12:53

Atualizado em 20/12/2025 às 12:53

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O cantor Lindomar Castilho foi consagrado o Rei do Bolero na década de 1970 / Reprodução

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O cenário musical brasileiro perdeu neste sábado, 20 de dezembro, um de seus nomes mais controversos e populares. Lindomar Castilho, consagrado como o "Rei do Bolero" nos anos 1970, faleceu aos 85 anos.

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A confirmação veio por meio de sua filha, Lili De Grammont, que em um relato emocionante nas redes sociais, refletiu sobre a complexidade da vida do pai, que foi do auge do sucesso como um dos maiores vendedores de discos do Brasil ao ostracismo após um crime que chocou a nação.

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Lindomar foi a voz por trás de hinos do cancioneiro popular, como "Vou Rifar Meu Coração" e a icônica "Você É Doida Demais", canção que atravessou décadas e chegou a ser tema de abertura da série "Os Normais", da TV Globo.

Nascido em Goiás, o cantor dominou as paradas de sucesso com seu estilo romântico e dramático, tornando-se uma figura onipresente em programas de auditório e rádios de todo o país durante sua era de ouro.

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O declínio e a marca da tragédia

Apesar do brilho nos palcos, a trajetória de Lindomar foi interrompida em 1981 por um episódio brutal. Tomado por ciúmes, o cantor assassinou a tiros sua então esposa e também cantora, Eliane de Grammont, durante uma apresentação dela em uma casa noturna em São Paulo.

O crime não apenas interrompeu a vida de uma jovem artista, mas transformou o ídolo romântico em um símbolo de violência doméstica. Ele foi condenado a 12 anos de prisão, cumprindo parte da pena antes de ser libertado nos anos 90.

Em sua despedida, a filha Lili, que presenciou a tragédia ainda criança, destacou que o homem que tira uma vida também morre por dentro.

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"O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino", escreveu ela, pontuando que se despede com a consciência de ter feito sua parte através da dor e do amor.

Lindomar Castilho deixa um legado de canções que ainda ecoam, mas sua história permanece para sempre ligada ao debate sobre as consequências devastadoras do machismo e da vaidade.

 

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