Cultura

Gostoso: 7ª Mostra de Cinema divulga programação completa

Mostra será realizada de 10 a 14 de março em formato online devido à pandemia da Covid-19

Da Reportagem

Publicado em 06/03/2021 às 09:09

Atualizado em 08/03/2021 às 15:32

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DIVULGAÇÃO

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Uma das salas de cinema mais especiais do calendário de festivais brasileiro, a Mostra de Cinema de Gostoso exibe anualmente filmes a céu aberto na paradisíaca Praia do Maceió, em São Miguel do Gostoso (RN). Este ano, a 7ª Mostra de Cinema de Gostoso será realizada de 10 a 14 de março, porém em formato online, sob as condições excepcionais exigidas pela pandemia da Covid-19. 

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Se por um lado nesta edição não será possível contar com a experiência única das exibições ao ar livre, a edição online apresentará uma vasta programação em homenagem ao cinema brasileiro. Serão exibidos 34 filmes que poderão ser acessados através do site www.mostradecinemadegostoso.com.br e estarão hospedados na plataforma de streaming Innsaei.TV https://innsaei.tv/. Toda a programação ficará disponível durante os cinco dias da Mostra.

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Com direção geral e curadoria de Eugenio Puppo e Matheus Sundfeld, o eixo temático proposto para esta edição irá centrar-se no debate a respeito da memória, em suas diversas facetas, enveredando por temáticas que abordem e valorizem a memória audiovisual brasileira. Esse eixo leva em consideração o estado de crise que se encontram os órgãos de preservação da memória audiovisual brasileira. A Cinemateca Brasileira, maior acervo audiovisual da América do Sul, por exemplo, zela por mais de 250 mil rolos de filmes e, atualmente, passa por uma das maiores dificuldades de sua história.

Além da exibição de filmes brasileiros contemporâneos, realização de masterclasses, laboratório de projetos e vídeos pré-gravados com cineastas, a programação contará com filmes raros de nossa cinematografia, que foram digitalizados recentemente e que são inéditos em plataformas de streaming.

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MOSTRA NACIONAL

Serão exibidos seis longas e dez curtas-metragens brasileiros produzidos em 2020 e 2021. Cada filme será acompanhado de um vídeo com perguntas e respostas com o(a) respectivo(a) diretor(a), a respeito do processo de criação e produção dos filmes e das temáticas abordadas. Filmes selecionados:

Longas-metragens
Açucena – Dir.: Isaac Donato; BA; 2021
Antena da Raça - Dir.: Paloma Rocha e Luis Abramo; SP; 2020
Até o Fim – Dir.: Glenda Nicácio e Ary Rosa; BA; 2020
Cavalo - Dir. Rafhael Barbosa e Werner Salles; AL; 2020
Cidade Correria – Dir.: Juliana Vicente e Washington Deoli; RJ; 2020
Nu?hu? yãg mu? yõg hãm: essa terra é nossa! – Dir.: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero; MG; 2020

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Curtas-metragens

4 Bilhões de Infinitos – Dir.: Marco Antônio Pereira; MG; 2020
A Morte Branca do Feiticeiro Negro - Dir.: Rodrigo Ribeiro; SC; 2020
Casa com Parede – Dir.: Dênia Cruz; RN; 2020
De Vez em Quando eu Ardo – Dir.: Carlos Segundo; MG; 2020
Lora – Dir.: Mari Moraga; SP; 2020
Mestre Marciano – Dir.: Igor Ribeiro e Rubens dos Anjos; RN; 2021
Ser Feliz no Vão – Dir.: Lucas Rossi; RJ; 2020
Trindade – Dir.: Rodrigo Meireles; MG; 2020
Urubá – Dir.: Rodrigo Sena; RN; 2020
Vai Melhorar – Dir.: Bruno Fiuza; RN; 2020


MOSTRA ACERVO
Cada um(a) dos(as) seis diretores(as) dos longas-metragens da Mostra Nacional indicou uma obra brasileira, que inspirou sua formação enquanto realizador(a). Os(as) diretores(as) gravaram um vídeo falando sobre o motivo da escolha, que será veiculado antes do início de cada filme da Mostra Acervo. Além das obras escolhidas pelos(as) realizadores(as), será exibido Cinemateca Brasileira (1993), documentário dirigido pelo cineasta paulista Ozualdo Candeias, que acompanha o início da transferência da Cinemateca Brasileira para a sede atual.

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Vidas Secas – Dir.: Nelson Pereira dos Santos; 1963. Escolhido Isaac Donato.
Copacabana Mon Amour – Dir.: Rogério Sganzerla; 1970. Escolhido por Ary Rosa e Glenda Nicácio.
São Bernardo – Dir.: Leon Hirszman; 1972. Escolhido por Rafhael Barbosa e Werner Salles.
Claro – Dir.: Glauber Rocha; 1975. Escolhido por Paloma Rocha.
Bicho de Sete Cabeças – Dir.: Laís Bodanzky; 2000. Escolhido por Juliana Vicente.
Martírio – Dir.: Vincent Carelli; 2016. Escolhido por Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero.
Cinemateca Brasileira - Dir.: Ozualdo Candeias; 1993

SESSÃO XANADU
Serão exibidos dois longas-metragens produzidos pela Xanadu Produções Cinematográficas, filmes raros da história do cinema brasileiro, inéditos em plataformas de streaming.

A Xanadu foi fundada em um parceria entre João Callegaro, Carlos Reichenbach e Antonio Lima. Ainda muito jovens e iniciando suas carreiras, os três cinéfilos decidiram produzir um filme em episódios de teor altamente comercial, de modo que o retorno de bilheteria pudesse viabilizar seus filmes seguintes. Nasce As Libertinas (1968), obra de baixíssimo custo que explorava uma temática capaz de atingir diretamente o grande público. O filme foi distribuído para todo o Brasil pela Cinematográfica Franco Brasileira, de propriedade dos Irmãos Valancy, apresentados aos sócios da Xanadu pelo produtor Renato Grecchi. Foi um enorme sucesso popular, permanecendo 50 semanas em cartaz em São Paulo, nos Cine Coral e Normandie.

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Após o lançamento de As Libertinas, Reichenbach inicia uma aproximação com a região da Rua do Triumpho, no centro de São Paulo, onde começava a se aglutinar um pessoal interessado em cinema que depois originaria o polo produtor conhecido como Boca do Lixo. Ainda na euforia do início da Boca, o longa-metragem Audácia (1970), também produzido pela Xanadu, mas sem a presença de João Callegaro, dá continuidade com o projeto anterior. Este, porém, não obteve o mesmo sucesso que seu antecessor.

Será disponibilizado um depoimento em vídeo inédito com o cineasta João Callegaro.

Filmes a serem exibidos:
As Libertinas - Três História de Amor e Sexo| 1968 (Episódio 1 – Alice: dir. Carlos Reichenbach Filho; Episódio 2 – Angélica: dir. Antonio Lima; Episódio 3 – Ana: dir. João Callegaro)

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Audácia, a Fúria dos Desejos | 1969 (Prólogo – dir. Carlos Oscar Reichenbach Filho; A Baladíssima dos Trópicos x Os Picaretas – dir: Carlos Oscar Reichenbach Filho; Amor - 69 – dir. Antonio Lima)

SESSÃO CINELIMITE
O CineLimite é uma plataforma online dedicada a fornecer acesso à história do cinema brasileiro nos Estados Unidos. A Sessão CineLimite reúne três filmes que marcaram o turbulento ano de 1968, que terminou com a promulgação do Ato Institucional nº 5: A Vida Provisória, O Bravo Guerreiro e Desesperato. Essas três obras à sombra de Terra em Transe, relacionadas a partir de uma ideia do cineasta Vladimir Carvalho (que apresenta os filmes nesta mostra), sofreram censura devido a suas estéticas revolucionárias e suas narrativas políticas explicitamente críticas. Hoje, esses filmes nos lembram o papel importante que o cinema e as artes podem desempenhar em momentos de turbulência social ou política.

Será disponibilizado um depoimento em vídeo inédito com o cineasta Vladimir Carvalho.

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Filmes a serem exibidos:
A Vida Provisória - Dir. Maurício Gomes Leite; 1968
O Bravo Guerreiro – Dir.: Gustavo Dahl; 1968
Desesperato – Dir.: Sérgio Bernardes Filho; 1968

SESSÃO BOI DE PRATA

Será exibido o filme Boi de Prata (dir.: Carlos Augusto da Costa Ribeiro Júnior, 1981), um dos primeiros longas-metragens produzidos no estado do Rio Grande do Norte. Boi de Prata é ambientado na zona rural de Caicó, onde Eloy Dantas, filho de família latifundiária da cidade, ao retornar de uma temporada de estudos na Europa, quer implantar uma empresa de mineração.

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Unindo forma e conteúdo, o diretor Ribeiro Júnior conseguiu realizar um longa-metragem no pequeno Estado do Rio Grande do Norte no final da década de 1970, usando atores, figurantes e técnicos nordestinos, contribuindo sobremaneira para a formação e o aprimoramento de profissionais da região Nordeste, que iriam seguir carreira no cinema do Brasil e do exterior por muitos anos, como Walter Carvalho, que fez sua estreia como diretor de fotografia em Boi de Prata, do maquiador Amaro Bezerra, da montadora Jussara Queiroz, entre outros.

Boi de Prata foi montado por Severino Dadá e Jussara Queiroz, com trilha e efeitos sonoros realizados por Mirabô Dantas, em 1980. No ano seguinte foi exibido para a população do Rio Grande do Norte em poucas sessões, mas nunca teve uma temporada comercial, como estava previsto no contrato de distribuição da Embrafilme, por razões até hoje não esclarecidas.

A produtora de audiovisual Flávia Assaf (mestra em História pela UFRN) foi a responsável pela localização e digitalização da única cópia em película de "Boi de Prata" de que se tem conhecimento, cedida pela Cinemateca do MAM-RIO.

Será disponibilizado um depoimento em vídeo inédito com o diretor de fotografia Walter Carvalho.

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