Cultura

Geração do play: jovens trocam séries e filmes por vídeos de influenciadores

Pesquisa revela que crianças e adolescentes preferem vídeos de criadores digitais e já usam IA para estudar, criar e se informar

Giovanna Camiotto

Publicado em 22/10/2025 às 22:40

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Estudo revela uma geração mais conectada e mais influenciável do que nunca / Unsplash

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Séries? Filmes? Isso é coisa de "gente velha", pois a nova geração só quer ver influenciadores. Segundo uma pesquisa recente do TIC Kids Online Brasil, as crianças e adolescentes estão deixando de consumir produtos culturais para acompanhar a rotina de subcelebridades.

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Ao menos 46% dos jovens entre 9 e 17 anos assistem a vídeos de criadores digitais várias vezes ao dia. Enquanto isso, apenas 35% ainda se interessam por séries ou produções tradicionais. O trono do entretenimento foi tomado por vídeos rápidos, embalagens abertas e desafios patrocinados.

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Mais do que entretenimento, esses vídeos viraram o novo manual de comportamento. De cada 10 adolescentes, 6 assistem a unboxings, tutoriais e publis disfarçadas de conteúdo, aprendendo o que vestir, o que comprar e até como pensar. A fronteira entre diversão e publicidade praticamente desapareceu — e o celular se tornou o novo espelho da identidade.

Pesquisa mostra que influenciadores superam filmes e séries na preferência juvenil/Unsplash
Pesquisa mostra que influenciadores superam filmes e séries na preferência juvenil/Unsplash
Metade dos adolescentes já pediu um produto após ver propaganda online/Unsplash
Metade dos adolescentes já pediu um produto após ver propaganda online/Unsplash
WhatsApp e TikTok lideram o ranking de plataformas mais usadas por jovens/Unsplash
WhatsApp e TikTok lideram o ranking de plataformas mais usadas por jovens/Unsplash
85% têm perfil digital ativo e o celular domina o acesso à internet/Unsplash
85% têm perfil digital ativo e o celular domina o acesso à internet/Unsplash
65% já recorreram à inteligência artificial para estudar ou criar conteúdo/Unsplash
65% já recorreram à inteligência artificial para estudar ou criar conteúdo/Unsplash

A pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostra que mais da metade dos adolescentes pediu um produto após vê-lo em vídeo. As meninas se encantam com materiais escolares e livros; os meninos, com jogos e moedas virtuais. Mas o ponto é o mesmo: o consumo virou entretenimento, e a propaganda, rotina.

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O WhatsApp, YouTube, Instagram e TikTok são os templos dessa nova era digital. Oito em cada dez jovens têm perfil ativo em alguma plataforma, e quase todos acessam a internet pelo celular. A TV, aquela que já foi o centro da sala, virou figurante: só 35% assistem diariamente.

Cadê o controle parental?

Mas há um dado que acende alerta, é que 65% dos jovens já usaram inteligência artificial generativa. Eles pedem ajuda à IA para estudar, criar conteúdo ou simplesmente conversar. O que antes era ferramenta de especialistas agora é confidente digital de uma geração que cresce com o mundo inteiro dentro da palma da mão.

No meio disso tudo, surge a pergunta incômoda: estamos criando uma geração de pensadores digitais ou de espectadores programados? A resposta talvez esteja escondida entre um vídeo curto, um emoji e um clique automático no “seguir”.

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