Cultura

Escritor Ranulfo Prata será homenageado neste sábado em Santos

Ele é autor de 'Navios Iluminados', livro publicado em 1937 pela editora José Olympio que conta a vida dos trabalhadores do Porto de Santos

Da Reportagem

Publicado em 19/11/2018 às 21:01

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Bate-papo sobre o escritor e médico Ranulfo Prata (1896-1942) será realizado a partir das 19 horas / Divulgação

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Como continuação da homenagem realizada durante a 10ª edição do Festival Tarrafa Literária, a Realejo Livros recebe nesta sábado (24), a partir das 19 horas, um bate-papo sobre o escritor e médico Ranulfo Prata (1896-1942), autor de "Navios Iluminados", livro publicado em 1937 pela editora José Olympio que conta a vida dos trabalhadores do Porto de Santos. A Realejo Livros fica na Avenida Marechal Deodoro, 2, Gonzaga.

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Enquanto ao longo do festival, gravações apresentavam trechos do romance antes de cada mesa, na livraria a ideia é conversar sobre o autor e sua principal obra, que teve recentemente sua quinta edição publicada em 2015 pela Edusp, além de uma tradução para o espanhol publicada em 1941 em Buenos Aires sob o título "Vapores iluminados: la novela de los obreros marítimo". O bate-papo será conduzido pelo jornalista Alessandro Atanes, que fez a seleção e narrou os trechos para o festival. Ele é o autor da dissertação de mestrado "História e Literatura no Porto de Santos: o romance de identidade portuária Navios Iluminados" (USP, 2008) e do livro "Esquinas do Mundo: Ensaios sobre História e Literatura a partir do Porto de Santos" (Dobra/Facult, 2013).

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"Navios Iluminados" tem como protagonista um migrante nordestino que busca ganhar a vida como estivador no porto de Santos. Ao lado de outros migrantes e imigrantes, José Severino de Jesus tenta sobreviver no bairro portuário do Macuco.

Ranulfo Prata é ele mesmo um migrante. Natural de Lagarto, interior de Sergipe, inicia seus estudos de medicina em Salvador e conclui o curso no Rio de Janeiro no início da década de 20, tendo feito a residência médica no mesmo hospital em que Lima Barreto se recuperava de suas crises, ficando amigos. Nesse momento já havia lançado seu primeiro romance ("O Triunfo", 1918). Nos anos seguintes, publica mais um romance ("Dentro da Vida", 1922) e dois livros de relatos. Muda-se constantemente entre o Rio de Janeiro, interior de São Paulo e interior de Minas Gerais, de acordo com o exercício da Medicina.

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Em 1927, conquista a vaga de radiologista da Santa Casa de Santos e muda-se com a família para a cidade, onde passa a trabalhar também na Sociedade Beneficência e no ambulatório da Companhia Docas, além de atender em seu consultório particular. É quando passa a travar contato com o universo dos trabalhadores do cais, matéria-prima de sua principal obra.

Em meio à prática médica, fica sem publicar ficção até que saia "Navios Iluminados". De acordo com o historiador Luis Bueno, autor de "O romance de 30", "Navios Iluminados" inaugura o que chamou de “romance da nova dúvida”, vertente literária dos anos finais da década de 30, quando a literatura proletária já havia perdido o horizonte revolucionário.

Homenagem a Ranulfo Prata
Dia 24, sábado, 19 horas
Realejo Livros, Avenida Marechal Deodoro, 2, Gonzaga
Grátis

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