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Cultura

Edições Sesc São Paulo lançam o livro "Oswaldo Corrêa Gonçalves: arquiteto cidadão"

Livro mostra a atuação do arquiteto e urbanista Oswaldo Corrêa Gonçalves, suas contribuições à vida acadêmica e trajetória profissional

Da Reportagem

Publicado em 23/03/2022 às 19:46

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Lançamento do livro será no Teatro Municipal Braz Cubas, em Santos / Divulgação/PMS

Bate-papo de lançamento do livro com a presença dos organizadores, os arquitetos Gino Caldatto Barbosa e Ruy Eduardo Debs Franco, mediados por José Maria Macedo, acontece dia 30 de março de 2022, quarta, às 19h, no Teatro Municipal Brás Cubas, em Santos.

Novo título das Edições Sesc SP, Oswaldo Corrêa Gonçalves arquiteto cidadão destaca as principais contribuições do engenheiro, arquiteto e urbanista nas diferentes áreas em que atuou. Nascido em Santos, em 1917, assinou projetos de residências, edificações esportivas, escolas e instituições, como é o caso das primeiras unidades do Sesc/Senac. Organizado pelos arquitetos Gino Caldatto Barbosa e Ruy Eduardo Debs Franco, o livro também destaca seu papel na criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), da FAU Santos e do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em São Paulo (IAB-SP).

No texto de apresentação deste lançamento, o diretor do Sesc SP, Danilo Santos de Miranda, afirma que o livro, ao abordar as diversas facetas profissionais do homenageado, permite pensar o arquiteto como uma plataforma de mediações. “A própria estrutura da obra é coerente com tal condição. Organizado a partir dos vários papéis assumidos de Gonçalves em sua trajetória, sugere a imagem de uma encruzilhada de motivações. Fica patente a impossibilidade de dissociar o autor-criador de suas outras personas: o professor engajado, o intelectual questionador, o gestor cultural e o ativista em prol da profissão”, diz. 

Ainda de acordo com Miranda, as muitas interfaces entre Gonçalves e Sesc foram de grande importância. “Para o arquiteto, representaram a possibilidade de aproximar as premissas modernas do ideário educativo, projetando unidades compartilhadas entre Sesc e Senac nas décadas de 1950 e 1960 (em Santos, Marília, Bauru, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, esta última abrigando atualmente o Sesc Ribeirão Preto), além da sede compartilhada à época pelas duas entidades (atual sede do Senac). Para a instituição, tratou-se de um momento fundamental no amadurecimento de seus valores, para os quais a vocação urbana e modernizante de Oswaldo era estrategicamente simbólica”, afirma. 

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Uma personalidade complexa

Na introdução do livro, os autores afirmam que a obra, fruto de intensa pesquisa, não tem a pretensão de apresentar um recorte biográfico preciso e revela parte da vida de  Gonçalves, que se formou em Arquitetura em 1941 quando está ainda era atrelada ao curso de Engenharia da Escola Politécnica de São Paulo, área em que ele também se graduou, na mesma instituição, quatro anos depois. “Além de abordar os êxitos de sua produção profissional e os fazeres do arquiteto e do cidadão, buscamos ampliar o entendimento acerca de sua complexa personalidade”, argumentam.

Segundo Barbosa e Franco, o homenageado, que consideram um expoente de uma geração de profissionais alinhados pelo ideal moderno de pensar o edifício e a cidade como instrumentos transformadores da realidade coletiva, pontuou sua carreira por caminhos desiguais. “Para usar uma expressão em voga no atual mercado de trabalho, não foi um ‘especialista’, mas teve imenso envolvimento com a profissão, demonstrando na prática a visão universalista do arquiteto na atuação cotidiana. Sua trajetória profissional confunde-se com os caminhos percorridos pela história da arquitetura moderna no Brasil, marcados por compromissos ideológicos e por um projeto de desenvolvimento nacional, em que a consolidação da profissão passava pela organização das suas entidades de representação de classe e pela formação acadêmica”, dizem.

Os autores ainda destacam o comprometimento de Gonçalves com a ampliação do campo de trabalho a partir de seu envolvimento em exposições, como a Bienal de Arte de São Paulo e a Bienal Internacional de Arquitetura, na luta pela formação do curso de Arquitetura no Estado de São Paulo e na criação do departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP) logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Quanto a esse fato, o também arquiteto e urbanista Júlio Roberto Katinsky – que foi contemporâneo de Gonçalves – afirma no prefácio do livro que foi fundamental para a consolidação e desenvolvimento da profissão, firmando a arquitetura como necessária à civilização e deixando de ser uma atividade de poucos para se tornar de muitas pessoas dedicadas ao convívio de populações.

Assim como Katinsky, os autores também citam que o homenageado foi reconhecido tardiamente por seus pares como um dos mais ilustres protagonistas dessa fase. “A destacada atuação de Gonçalves nunca encontrou ressonância na crítica de arquitetura, que, de modo recorrente, silencia diante da importância dele para a história do modernismo brasileiro”, avaliam Barbosa e Franco.

No entanto, e apesar do relativo isolamento mantido nos últimos anos de vida, o arquiteto recebeu homenagens que endossam o alcance de sua atividade profissional em prol da coletividade. Honrarias como o Colar de Ouro do Instituto dos Arquitetos do Bra- sil (IAB) e o Prêmio Mário de Andrade, concedido pelo governo do Estado de São Paulo pelo destaque no campo da arquitetura brasileira, somam-se ao reconhecimento da Câmara Municipal de Santos ao lhe conceder o título de Cidadão Emérito por sua trajetória de vida.

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