Cultura

Documentário 'A Jẹun Bó' celebra a culinária sagrada do Candomblé em Santos

Filme tem pré-estreia gratuita no dia 1º de agosto no Museu da Imagem e Som de Santos e destaca a cozinha como pilar das casas de axé

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 30/07/2025 às 17:34

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Documentário 'A Jẹun Bó' tem pré-estreia gratuita no dia 1º de agosto, às 19h30, no MISS / Divulgação

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A cultura afro-brasileira, suas tradições e saberes ganham espaço nas telas com o documentário “A Jẹun Bó”, que terá pré-estreia gratuita no dia 1º de agosto, às 19h30, no Museu da Imagem e Som de Santos (MISS).

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A exibição é aberta ao público e será seguida por uma roda de conversa com os realizadores, incluindo a diretora Camila Silva WokeMi e o babalorixá e antropólogo Rodney William, que conduz a narrativa do média-metragem.

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Registro inédito da culinária de terreiro

Com um olhar íntimo e respeitoso, o filme documenta mais de dois anos de vivências em um terreiro de Candomblé, registrando pela primeira vez a riqueza simbólica e ancestral da culinária sagrada afro-brasileira. A obra marca a estreia de Camila Silva WokeMi, jornalista e yawô iniciada, no cinema independente.

Gravado no Ilê Obá Ketu Axé Omi Nlá, casa de Candomblé liderada por Pai Rodney de Oxóssi, o documentário percorre o ciclo dos orixás e suas oferendas, revelando o papel central da cozinha nas festividades e nos rituais do axé.

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Um banquete ancestral

“A Jẹun Bó” — expressão que significa "venha comer" em iorubá — propõe ao público um mergulho sensorial e espiritual nos saberes culinários dos orixás. Da escolha dos ingredientes às receitas ritualísticas, o filme evidencia a comida como elemento de conexão, fé, resistência e herança cultural.

“A cozinha de um terreiro guarda parte dos maiores segredos da nossa tradição. É onde tudo começa e termina. O alimento é sagrado”, explica Tatiana Paula, yawô e uma das protagonistas do filme, responsável por preparar refeições sagradas na casa de axé.

Representatividade e combate ao racismo religioso

A produção foi realizada com uma equipe majoritariamente negra e de religiões de matriz africana. A direção, roteiro, arte, fotografia e produção executiva são assinados por Camila Silva, que também atua como CEO da WokeMi Produções.

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O filme conta com o apoio da produtora Dois Neguin, montagem de Swami Pimentel, trilha sonora de Gabriel Farias e Nando Omoronum, e consultoria de Pai Rodney William.

“Este documentário é uma forma de desmistificar, informar e combater o racismo religioso por meio da arte. É um registro histórico de uma tradição oral que precisa ser visibilizada”, afirma Camila.

Da pandemia à tela grande

A ideia do projeto nasceu durante a pandemia, quando Camila, recém-iniciada no Candomblé, preparou um banquete para os orixás em sua casa. A experiência — especialmente ao cozinhar o amalá de Xangô — a inspirou a transformar o cotidiano de seu terreiro em filme.

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O projeto ganhou corpo após o registro da festa de Olubajé em 2023 e foi viabilizado pela Lei Paulo Gustavo no município de Santos (SP). Após Santos, o filme também será exibido em São Paulo e Mairiporã, onde ocorrerá o lançamento oficial.

Debate e reflexão

Após a exibição no MISS, haverá uma roda de conversa com a diretora Camila Silva WokeMi, o babalorixá Rodney William e a yawô Tatiana Paula, promovendo um diálogo sobre a importância da culinária no Candomblé e o papel da cultura afro-brasileira na preservação da memória e identidade.

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