A Disney exige que os artistas nunca se identifiquem como os personagens que interpretam / Disneylândia/Divulgação
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Na Disney, a ilusão não é apenas parte do espetáculo, é uma política oficial, e, para personagens com rosto, como princesas, vilões ou figuras natalinas, essa regra é levada ao extremo. Mesmo em tempos de redes sociais e proximidade digital entre fãs e artistas, a empresa mantém uma postura rígida: preservar a fantasia é prioridade absoluta.
Conheça também o polêmico parque que a Disney tenta apagar da história, mas não consegue.
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Um debate recente no Reddit reacendeu a discussão sobre os bastidores dessa política, ao levantar a pergunta: o que acontece quando a identidade de um personagem da Disney se torna pública?
O caso surgiu após relatos de personagens como a Elfa Taffy, de um desfile natalino, e da Rainha Má, que tiveram suas contas pessoais nas redes sociais descobertas por fãs. O resultado foi uma enxurrada de comentários relacionados à Disney e a dúvida inevitável: isso coloca o emprego do ator em risco?
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A resposta, segundo relatos de ex-funcionários e pessoas familiarizadas com os bastidores, é sim. A Disney exige que os artistas nunca se identifiquem como os personagens que interpretam. Em vez disso, devem se referir a si mesmos apenas como “amigos” dos personagens. Qualquer declaração pública que vá além disso pode levar à demissão imediata.
Relatos apontam que a empresa orienta seus funcionários a evitarem qualquer associação direta com os personagens, mesmo fora do ambiente de trabalho. Isso inclui não postar fotos fantasiados, não mencionar os papéis nas redes sociais e não permitir que seus nomes reais sejam ligados aos personagens interpretados.
Um usuário afirmou que “quem se identifica publicamente como um personagem é desligado sem cerimônia”. Mesmo personagens sem rosto, como os que usam fantasias completas, devem manter o mesmo nível de descrição. A lógica é simples: a ilusão deve ser total, dentro e fora dos parques.
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Apesar da política rígida, alguns usuários do Reddit apontaram que, nos últimos anos, viram cada vez mais artistas postando imagens de seus personagens em contas pessoais. Isso levantou dúvidas sobre uma possível flexibilização das regras.
Outros comentaram que essas postagens ocorrem sob condições específicas, como perfis privados ou postagens sem associação direta entre o nome real do artista e o personagem. Um exemplo citado foi o de uma princesa que só autorizava comentários em suas fotos que se referissem à personagem, nunca à atriz.
Essa adaptação sutil sugere que alguns membros do elenco estão aprendendo a contornar as regras, mantendo a magia viva, mas explorando as brechas da era digital.
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Se a identidade de um artista é revelada por terceiros, e não pelo próprio, a Disney costuma adotar uma postura mais tolerante. Nesses casos, desde que o funcionário não tenha feito a revelação pessoalmente, o emprego pode ser mantido. A recomendação, porém, é tornar as contas privadas para evitar exposição excessiva.
Um caso semelhante foi relatado envolvendo uma atriz da Universal Studios que interpretava um personagem de Como Treinar o Seu Dragão. Ela precisou apagar diversas postagens após ser descoberta pelos fãs, diante do aumento inesperado de atenção online.
A crescente visibilidade proporcionada por redes como TikTok e Instagram vem testando os limites dessa política. Basta uma publicação, uma hashtag ou uma simples marcação para que a identidade de um artista se torne viral. Muitas vezes, isso acontece sem o consentimento do próprio funcionário.
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Na era da hiperconexão, manter intacta a fronteira entre realidade e fantasia se tornou um desafio. Para os que vivem a experiência de interpretar personagens icônicos da Disney, o recado continua claro: qualquer deslize pode custar o papel e o emprego.
Resta saber se a Disney está apenas tentando conter uma onda impossível de controlar ou se, discretamente, está revisando sua política diante da nova realidade digital. Por enquanto, a regra permanece: na Disney, a magia vem antes de tudo, inclusive da identidade.