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Como as novelas da Globo viraram alerta climático antes do debate chegar às ruas

Produções como 'Pantanal', 'Velho Chico' e 'O Rei do Gado' já discutiam meio ambiente muito antes da pauta ganhar força política

Giovanna Camiotto

Publicado em 01/11/2025 às 12:06

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As novelas tornaram acessível um tema antes restrito ao campo político e acadêmico / Divulgação/Globo

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Muito antes de “crise climática” virar expressão comum e conferências internacionais dominarem os noticiários, as novelas da Globo já colocavam a natureza como personagem, por vezes silenciosa e outras gritando por socorro através de rios secos, queimadas e disputas de terra.

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Essas tramas, exibidas em horários de grande audiência, levaram para dentro das casas brasileiras debates sobre desmatamento, preservação, água e desigualdade ambiental sem que o público precisasse abrir um artigo científico ou assistir a um seminário. A TV ensinou sem parecer aula.

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Confira algumas das novelas

Novela 'Pantana', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'Pantana', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'Renascer', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'Renascer', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'O Velho Chico', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'O Velho Chico', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'O Rei do Gado', exibida pela TV Globo/Reprodução
Novela 'O Rei do Gado', exibida pela TV Globo/Reprodução

"Pantanal" (2022): a natureza que fala

Quando a novela retornou em 2022, o país já vivia incêndios devastadores no bioma. Na trama, a paisagem não era apenas cenário, mas a protagonista.

O telespectador viu, sentiu e entendeu o que significa perder biodiversidade, água e equilíbrio ecológico.

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"O Rei do Gado" (1996): fazendas, terra e conflito social

Muito antes do agronegócio dominar o debate político, a novela mostrava o Brasil dividido entre latifundiários e trabalhadores sem-terra.

A história expôs a disputa pelo território como um tema também ambiental, não apenas econômico.

"Velho Chico" (2016): o rio como sobrevivência

A trama tratou o rio São Francisco, um dos maiores do país, como um organismo vivo, ameaçado por seca, assoreamento e barragens.

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A novela emblemática da Globo humanizou a crise hídrica, mostrando que a falta de água não é questão técnica, é questão de vida.

"Renascer" (2024): cacau, floresta e vida comunitária

Na nova "Renascer", o cacau volta como símbolo de resistência e reconexão com a terra. A novela evidencia a importância da agrofloresta, da sabedoria tradicional e da recuperação de áreas degradadas.

O folhetim colocou o plantio sustentável como parte da identidade e da sobrevivência familiar. Aqui, preservar a natureza não é ideal, mas afeto, memória e futuro.

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Por que isso importa agora?

Porque, com o aumento de incêndios, eventos extremos e falta de água em diversas regiões, o público brasileiro reconhece hoje, na vida real, os alertas que já viu na ficção.

A novela, muitas vezes, foi a primeira porta de entrada para o tema ambiental em milhões de lares, de forma emocional, compreensível e próxima.

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