Formado em outro sistema estelar, 3I/ATLAS permanece praticamente inalterado / Crédito: M. Hopkins/equipe Otautahi-Oxford
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O cometa interestelar 3I/ATLAS está a desafiar o conhecimento científico com uma descoberta inesperada: a presença de vapor de níquel brilhante na sua atmosfera gasosa. O fenómeno é particularmente intrigante porque foi detetado a uma distância considerável do Sol, numa região onde as temperaturas são demasiado baixas para que metais se vaporizem naturalmente.
Esta observação, realizada com o auxílio do Very Large Telescope (VLT) no Chile, abre uma nova janela para compreender a composição material não só de corpos interestelares, mas também da própria galáxia.
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A presença do níquel sugere que o cometa pode conter materiais primordiais ou que processos desconhecidos atuam durante as suas longas viagens cósmicas/ Reprodução/NASA/JPL-CaltechDescoberto em julho deste ano, o 3I/ATLAS ofereceu uma rara oportunidade de estudo devido à sua deteção precoce durante a passagem pelo Sistema Solar. As análises indicam que o cometa pode ser extremamente antigo, possivelmente mais velho que a nossa vizinhança estelar, candidatando-se a ser considerado o cometa mais primitivo já observado.
Aproveitando esta oportunidade única, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) anunciou uma campanha de observação dedicada entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. O objetivo será refinar técnicas de astrometria usando o cometa 3I/ATLAS (C/2025 N1) como alvo principal, contribuindo para o aprimoramento do rastreio e caracterização de objetos interestelares no futuro.
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Os cientistas veem o 3I/ATLAS como uma rara cápsula do tempo do cosmos. Estimado em cerca de 3 bilhões de anos mais antigo que a Terra, o objeto pode se tornar o cometa mais antigo já identificado. Por ter vagado pelo espaço interestelar sem a influência prolongada do Sol, ele deve conservar materiais primordiais quase intactos, preservados desde sua formação em um sistema planetário distante.