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Cientistas coreanos criam 'pistola de cola quente' para reparar fraturas ósseas

Tecnologia sul-coreana promete agilizar cirurgias, reduzir riscos e estimular a regeneração natural do osso

Luna Almeida

Publicado em 20/09/2025 às 15:06

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O método permite a criação de suportes personalizados em tempo real / Unsplash/Harlie Raethel

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Pesquisadores da Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, desenvolveram um dispositivo que lembra uma pistola de cola quente, mas com um propósito inovador: imprimir enxertos ósseos diretamente sobre fraturas complexas durante cirurgias. 

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A tecnologia pode transformar procedimentos de emergência, oferecendo uma alternativa rápida e precisa para situações em que não há tempo para implantes planejados ou modelados em 3D.

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Diferentemente das próteses tradicionais de metal ou enxertos de doadores, o método permite a criação de suportes personalizados em tempo real, adaptados ao formato da lesão. 

Segundo os cientistas, a proposta elimina etapas pré-operatórias, como exames de imagem e modelagem, acelerando o processo cirúrgico e ampliando as chances de sucesso.

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Como funciona

O equipamento utiliza um filamento de hidroxiapatita, mineral presente naturalmente nos ossos humanos, misturado a policaprolactona (PCL), um polímero biodegradável. 

Aquecido a apenas 60 °C, o material pode preencher cavidades sem danificar tecidos vivos. Ao longo do tempo, esse suporte se degrada e é substituído pelo próprio osso em regeneração.

O design compacto e manual do dispositivo permite que o cirurgião ajuste a direção e profundidade da aplicação durante a operação, tornando o processo mais flexível e ágil. 

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Em poucos minutos, a fratura pode ser estabilizada, o que representa uma vantagem importante em cenários de emergência.

Proteção extra contra infecções

Além de dar suporte estrutural, os enxertos também funcionam como barreira protetora contra infecções, já que o filamento foi enriquecido com antibióticos, como vancomicina e gentamicina. 

Os testes mostraram que o material conseguiu inibir o crescimento de bactérias como E. coli e S. aureus, microrganismos frequentemente associados a complicações pós-cirúrgicas.

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Resultados promissores

Em ensaios realizados com coelhos, a técnica demonstrou maior regeneração óssea e ausência de infecções após 12 semanas, superando os resultados obtidos com enxertos de cimento ósseo, ainda amplamente utilizados.

Os pesquisadores destacam que a proposta não apenas melhora a integração biológica com o osso ao redor, mas também reduz custos, já que o dispositivo é baseado em pistolas de cola comercialmente disponíveis, adaptadas para uso médico.

O que vem pela frente

A pesquisa, publicada na revista Device, abre caminho para futuras aplicações em seres humanos. 

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Embora ainda esteja em fase experimental, o método pode representar um divisor de águas no tratamento de fraturas graves, principalmente em contextos de emergência, em que cada minuto é decisivo para salvar vidas e garantir a recuperação dos pacientes.

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