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'Cidade dos Anões': conheça o município onde os moradores medem até 1,40 m

Singularidade genética e o modo de vida da população desta cidade chamaram atenção da mídia nas décadas de 1980 e 1990

Gabriel Fernandes

Publicado em 25/08/2025 às 11:22

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Diferente de outros tipos de nanismo, a DIGH resulta em uma estatura baixa com proporções corporais normais / Reprodução/Youtube

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Um símbolo de resiliência, identidade e superação. Essa virou a imagem da cidade de Itabaianinha, no interior de Sergipe, que se tornou uma concentração singular de pessoas com nanismo.

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Conhecida como a "Cidade dos Anões", a cidade carrega uma história marcada por fatores genéticos, isolamento geográfico e força comunitária.

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Inclusive, no Rio Grande do Sul, há a cidade de Veranópolis, conhecida como a 'Capital dos Aposentados'.

Origem

A história desta região começa no povoado de Carretéis, zona rural de Itabaianinha. Por conta do isolamento, a prática de casamentos consanguíneos contribuiu para a disseminação da Deficiência Isolada do Hormônio do Crescimento (DIGH), uma condição hereditária rara causada por uma mutação que impede a produção do hormônio do crescimento.

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No entanto, diferente de outros tipos de nanismo, a DIGH resulta em uma estatura baixa com proporções corporais normais, geralmente entre 1,05 e 1,35 cm de altura.

Estudos apontam que a incidência da condição em Carretéis chegou a 1 em cada 32 habitantes, um número muito acima da média mundial.

Ao longo de oito gerações, estima-se que mais de 130 pessoas tenham sido afetadas, tornando Itabaianinha um caso único na medicina e na demografia.

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Reconhecimento mundial

Várias reportagens feitas por veículos de comunicação nacionais e internacionais ajudaram o município a ganhar destaque de alcance mundial, principalmente nas décadas de 1980 e 1990.

Foi o caso da CNN, em 1993, quando o jornalista italiano Marco Sanvoisin visitou Itabaianinha e descreveu seus habitantes como "criaturas doces e diferentes, que parecem ter saído de um livro de fadas".

Além disso, a banda sergipana Siri Mania homenageia com orgulho os moradores da cidade por meio da canção "Sou de Itabaianinha".

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Inclusive, a CNN Brasil chegou a fazer uma reportagem há alguns anos sobre a cidade:

Rotina

Mesmo com vários desafios, os moradores com nanismo sempre buscaram uma vida ativa e independente, atuando como professores, artesãos, feirantes e até competindo em eventos esportivos internacionais.

Mudanças

No entanto, a "Cidade dos Anões" tem passado por várias transformações nos últimos anos por conta de diversos fatores. Entre eles, o avanço de tratamentos como o hormônio do crescimento, aliado a políticas de saúde, migração e mudanças culturais, reduziu significativamente o número de novos casos de nanismo.

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Inclusive, algumas crianças que poderiam herdar a condição agora crescem com estatura dentro da média, graças ao diagnóstico precoce e ao acesso a terapias.

Preservação histórica

Para evitar que a história dos "pequenos grandes cidadãos" de Itabaianinha se perca com o tempo, iniciativas têm surgido para preservar essa herança.

Entre elas, o projeto de lei nº 02/2020, de autoria da vereadora Lêda Maria Dantas, que busca reconhecer oficialmente a importância cultural e histórica da comunidade com nanismo.

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A monografia do pesquisador Cleiton dos Santos também contribui com uma análise profunda do tema. “O passado precisa ser salvo para servir ao presente e ao futuro”, ressalta o estudo, citando o historiador Jacques Le Goff.

Desafios ainda continuam

Mesmo com reconhecimento, moradores com nanismo ainda enfrentam barreiras, como a falta de inclusão no mercado de trabalho, a acessibilidade precária em espaços públicos e a ausência de políticas específicas, que seguem como entraves para uma vida plena.

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